Expresso - Lusa
O Governo anunciou
ontem um orçamento retificativo e nele "está previsto um défice que vai
ser superior ao que estava contratado", diz o líder do PS.
O secretário-geral do PS, António José Seguro disse hoje, na Trofa, que "o
primeiro-ministro tem sido incompetente na execução do seu próprio orçamento,
que nunca existiu verdadeiramente e que foi agora corrigido".
O líder socialista
lembrou que o Governo anunciou ontem um orçamento retificativo e nele
"está previsto um défice que vai ser superior ao que estava
contratado".
"E mais: as
receitas fiscais vão cair mais de 1600 milhões de euros do que aquilo que o
Governo tinha previsto para este ano. Essa queda é porque a economia está
também a cair e isso só é possível porque o Governo insiste numa política de
austeridade", acrescentou.
António José Seguro
falava na apresentação pública da recandidatura da empresária Joana Lima à
Câmara local.
Joana Lima, que há
quatro anos conquistou a Trofa em nome do PS, derrotando o candidato do PSD,
concorre a um segundo mandato sob o lema "No rumo certo, com
determinação".
"Quando o
primeiro-ministro tenta desculpar-se com o chumbo do Tribunal Constitucional,
eu quero recordar ao primeiro-ministro que o custo do seu desvio orçamental é
superior à soma de todas as quatro medidas que o Tribunal Constitucional
decretou como inconstitucionais", enfatizou.
Seguro conclui que
"isso significa que o primeiro-ministro tem sido incompetente na execução
do seu próprio orçamento, que verdadeiramente nunca existiu este ano e que foi
agora corrigido".
"Mas vejam
esta curiosidade: no dia em que o primeiro-ministro entrega o orçamento
retificativo na Assembleia da República é ele próprio que vem dizer aos
portugueses que não está em condições de garantir que não tenha de fazer um
segundo orçamento retificativo", salientou.
"Mas que
Governo é este? Que competência e, particularmente, que confiança é que pode
inspirar nos empresários, no investimento e nos trabalhadores
portugueses", perguntou António José Seguro.
A economia dominou
grande parte do improviso de António José Seguro, o qual realçou, uma vez mais,
que o desemprego atinge "um milhão de portugueses e 40% dos jovens e que
nestes dois anos de governo da coligação PSD-CDS/PP "foram destruídos
cerca de 450 mil postos de trabalho".
"Não tinha que
ser assim. É assim por erros deste Governo e como diz o povo errar é humano,
mas neste caso os erros do primeiro-ministro são desumanos porque criam muitos
sacríficos, muita dor e muito sofrimento aos portugueses".
Seguro lembrou que
o PS avisou na altura" e que não se ficou pela mera crítica.
"Consideramos
que há uma outra forma de equilibrar as contas públicas", repetiu, notando
que os socialistas também querem esse equilíbrio.
Mas o PS,
reafirmou, tem "um caminho diferente" do que o Governo seguiu.
"O Governo
persiste em reequilibrar as contas públicas pela via da austeridade. Nós
insistimos que é possível, desejável, necessário e humano que se faça uma boa
consolidação das contas públicas, mas pela via do crescimento e do
emprego", destacou.
"As contas
públicas têm que estar ao serviço dos portugueses e não são os portugueses que
têm que estar ao serviço das contas públicas", argumentou.
Seguro insistiu que
se a economia crescer geram-se "mais receitas para que o Estado possa
diminuir o seu défice" e gastar menos com subsídios desemprego.
O líder socialista
afirmou que o orçamento retificativo prevê mais 270 milhões de euros para pagar
mais subsídios desemprego, tendo frisado depois que "este ano o país vai
gastar cerca de três milhões de euros" só com aqueles subsídios.
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