Económico – Lusa
CGTP acusa Cavaco
de desrespeitar o Constitucional ao autorizar o pagamento do subsídio de férias
só em Novembro.
"O Presidente
da República é tão responsável como o Governo por aquilo que se está a passar
em Portugal e, particularmente, por esta medida que é inaceitável, que põe em
causa os direitos dos trabalhadores da administração pública e que acaba por
fragilizar a própria economia", afirmou à agência Lusa Arménio Carlos.
O líder da central
sindical acrescentou que seria uma medida "que iria ajudar as famílias a
ganhar um pouco mais de poder de compra e consumirem mais, ajudando a dinamizar
a economia".
"O senhor
Presidente da República, neste momento, em vez de ser uma figura que garante
equidistância, é neste momento um Presidente da República que se tornou num
problema a acrescentar aos outros problemas que o Governo nos trouxe",
sublinhou.
O secretário-geral
da CGTP condenou a promulgação pelo Presidente da República da proposta de lei
que vem autorizar o pagamento do subsídio de férias aos funcionários públicos
em novembro, em vez de junho, como era habitual.
"Não se trata
de um problema económico ou financeiro, trata-se de uma opção política com uma
marca clara e inequívoca de afronta, de desrespeito, de perseguição aos
trabalhadores da administração pública", disse.
Arménio Carlos
lembrou também que a decisão "desrespeita uma decisão do Tribunal
Constitucional que assumiu que era necessário pagar o subsídio de férias aos
trabalhadores da administração pública no tempo e no momento adequado".
Defendeu, por isso,
que o pagamento só em novembro é "mais um argumento" para os
trabalhadores aderirem à greve geral do dia 27.
Arménio Carlos
falava à agência Lusa no final de um plenário, em Mafra, com trabalhadores da
empresa Veólia.
O Presidente da
República promulgou, na quarta-feira, a proposta de lei que regula a reposição
do subsídio de férias para 2013 dos funcionários públicos e pensionistas.
O diploma
estabelece o pagamento dos subsídios de férias em novembro aos funcionários,
reformados e pensionistas do setor público que recebem vencimentos acima dos
1100 euros.
Abaixo dos 600
euros de salário mensal, os subsídios serão pagos em junho e entre os dois
valores, uma parte é paga em junho e a restante em novembro, segundo a proposta
de lei, cujo histórico publicado no 'site' do parlamento indica ter sido
enviada hoje para Belém.
O Governo foi
obrigado a repor o pagamento dos subsídios de férias deste ano na sequência da
declaração de inconstitucionalidade, pelo Tribunal Constitucional, da sua
suspensão prevista no Orçamento do Estado para 2013.
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