domingo, 23 de junho de 2013

REGRESSO AO PASSADO EM MOÇAMBIQUE. MEDO DE VIAJAR, MEDO DA GUERRA, MEDO...




Passageiros partiram, mas cheios de medo

O País (mz) - ontem

De Maputo para as províncias do centro e norte do país

Só na manhã de ontem, partiram  de Maputo para as províncias do centro e norte do país cerca de oito autocarros, com 32 ocupantes cada, movimento considerado normal para o terminal rodoviário da Junta.

Logo pela manhã, era notório o movimento de viaturas a partirem do terminal rodoviário da Junta, em Maputo, com destino a Beira, Nampula, Pemba e Lichinga.

Homens, mulheres e crianças pernoitaram nos autocarros na “Junta”, aguardando pelo momento para seguirem viagem para o diferentes pontos do país, mesmo sabendo do perigo. Augusto Cavele, um dos fiscais do terminal da Junta, disse que os bilhetes estavam vendidos e as viagens marcadas, daí que não tinham como adiar o arranque dos autocarros para os seus destinos. “Não havia outra alternativa. Ficámos a saber do anúncio da Renamo depois de termos vendido um número considerável de passagens e a ida dos autocarros era inadiável. Por outro lado, penso que não houve uma decisão da parte superior dos representantes dos transportadores, no sentido de adiarmos as saídas, e isso fez com que avançássemos com as viagens”, esclareceu Cavele.

Já os passageiros afirmaram reconhecer o risco que corriam ao atravessar a zona que seria bloqueada pela Renamo, a partir de ontem, mas disseram não ter outra alternativa, senão se fazerem à estrada.

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Forças de defesa e segurança garantem circulação de veículos

No troço Rio Save-Muxúnguè

O país tremeu, mas não parou. Ontem, centenas de passageiros seguiram em autocarros de Maputo para as províncias situadas nas regiões centro e norte do país. As imagens mostram centenas de passageiros tomando autocarros e todos passaram por Muxúnguè sem problemas.

Na sequência das ameaças da Renamo de impedir, a partir de hoje, a circulação de veículos no troço Rio Save-Muxúnguè, na província de Sofala, o Governo mobilizou as forças de defesa e segurança para patrulhar a área e garantir que os veículos possam circular em segurança. De resto “O país” percorreu o troço em alusão e notou que as viaturas circulavam normalmente e em segurança, apesar da presença notável de elementos das Forças Armadas e da Força de Intervenção Rápida.

Aliás, Élcio Canda, director  provincial dos Transportes e Comunicação em Sofala, confirmou a presença dos efectivos militares e disse que a mesma visava garantir a circulação de pessoas e bens.  “Existe uma força que faz o acompanhamento dos  operadores e outros veículos particulares, principalmente na região entre Muxúnguè e Save. Portanto, tudo o que diz respeito ao governo, para garantir a segurança e tranquilidade públicas, está salvaguardado. Temos forças suficientes para garantir o bem-estar das pessoas, dos equipamentos e dos operadores”.

Élcio Canda garantiu, também, que a situação estava controlada e todos os planos de viagem, tanto  “rodoviário, assim como  ferroviário, todos os operadores fizeram as suas viagens normalmente. Tínhamos viagens agendadas para diversos pontos do país, tanto para a zona sul, assim como para o centro e norte, a partir da Beira. Todos os oito operadores cumpriram as suas rotas de forma normal”.

Canda reconheceu que em face dos pronunciamentos  da Renamo, houve receio por parte das operadoras multinacionais   Vale e a Rio Tinto de colocar os seus comboios a circular na linha de Sena.  “Tivemos um encontro com as duas mineradoras, onde as tranquilizamos e dissemos que o governo está atento à situação e que deviam continuar a fazer as suas operações normalmente, e que nós, como governo, estávamos a tomar a devida atenção, para garantir a segurança. Portanto, garanto que, desde Savane até Inhaminga, incluindo o corredor da Beira, a circulação ferroviária e rodoviária está assegurada”, garantiu a fonte.

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*Título PG

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