Passageiros
partiram, mas cheios de medo
O País (mz) - ontem
De Maputo para as
províncias do centro e norte do país
Só na manhã de
ontem, partiram de Maputo para as províncias do centro e norte do
país cerca de oito autocarros, com 32 ocupantes cada, movimento considerado
normal para o terminal rodoviário da Junta.
Logo pela manhã,
era notório o movimento de viaturas a partirem do terminal rodoviário da Junta,
em Maputo, com destino a Beira, Nampula, Pemba e Lichinga.
Homens, mulheres e
crianças pernoitaram nos autocarros na “Junta”, aguardando pelo momento para
seguirem viagem para o diferentes pontos do país, mesmo sabendo do perigo.
Augusto Cavele, um dos fiscais do terminal da Junta, disse que os bilhetes
estavam vendidos e as viagens marcadas, daí que não tinham como adiar o
arranque dos autocarros para os seus destinos. “Não havia outra alternativa.
Ficámos a saber do anúncio da Renamo depois de termos vendido um número
considerável de passagens e a ida dos autocarros era inadiável. Por outro lado,
penso que não houve uma decisão da parte superior dos representantes dos
transportadores, no sentido de adiarmos as saídas, e isso fez com que avançássemos
com as viagens”, esclareceu Cavele.
Já os passageiros
afirmaram reconhecer o risco que corriam ao atravessar a zona que seria
bloqueada pela Renamo, a partir de ontem, mas disseram não ter outra
alternativa, senão se fazerem à estrada.
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Forças de defesa e
segurança garantem circulação de veículos
No troço Rio
Save-Muxúnguè
O país tremeu, mas
não parou. Ontem, centenas de passageiros seguiram em autocarros de Maputo para
as províncias situadas nas regiões centro e norte do país. As imagens mostram
centenas de passageiros tomando autocarros e todos passaram por Muxúnguè sem
problemas.
Na sequência das
ameaças da Renamo de impedir, a partir de hoje, a circulação de veículos no
troço Rio Save-Muxúnguè, na província de Sofala, o Governo mobilizou as forças
de defesa e segurança para patrulhar a área e garantir que os veículos possam
circular em segurança. De resto “O país” percorreu o troço em alusão e notou
que as viaturas circulavam normalmente e em segurança, apesar da presença
notável de elementos das Forças Armadas e da Força de Intervenção Rápida.
Aliás, Élcio Canda,
director provincial dos Transportes e Comunicação em Sofala,
confirmou a presença dos efectivos militares e disse que a mesma visava
garantir a circulação de pessoas e bens. “Existe uma força que faz o
acompanhamento dos operadores e outros veículos particulares,
principalmente na região entre Muxúnguè e Save. Portanto, tudo o que diz
respeito ao governo, para garantir a segurança e tranquilidade públicas, está
salvaguardado. Temos forças suficientes para garantir o bem-estar das pessoas,
dos equipamentos e dos operadores”.
Élcio Canda
garantiu, também, que a situação estava controlada e todos os planos de viagem,
tanto “rodoviário, assim como ferroviário, todos os
operadores fizeram as suas viagens normalmente. Tínhamos viagens agendadas para
diversos pontos do país, tanto para a zona sul, assim como para o centro e
norte, a partir da Beira. Todos os oito operadores cumpriram as suas rotas de
forma normal”.
Canda reconheceu
que em face dos pronunciamentos da Renamo, houve receio por parte
das operadoras multinacionais Vale e a Rio Tinto de colocar os
seus comboios a circular na linha de Sena. “Tivemos um encontro com
as duas mineradoras, onde as tranquilizamos e dissemos que o governo está
atento à situação e que deviam continuar a fazer as suas operações normalmente,
e que nós, como governo, estávamos a tomar a devida atenção, para garantir a
segurança. Portanto, garanto que, desde Savane até Inhaminga, incluindo o
corredor da Beira, a circulação ferroviária e rodoviária está assegurada”,
garantiu a fonte.
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*Título PG
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