FYB – JLG - Lusa
As cidades do Rio
de Janeiro e de São Bernardo do Campo, na Região Metropolitana de São Paulo,
têm manifestações convocadas para a tarde de hoje (noite em Lisboa) pela rede
social Facebook.
No Rio de Janeiro,
a manifestação foi convocada para a praia de Copacabana, contra a PEC 37 -
Proposta de Emenda Constitucional que prevê uma perda do poder de investigação
do Ministério Público.
Os organizadores
esperam conseguir reunir até dez mil pessoas, para recolherem assinaturas
contra a proposta, segundo a imprensa brasileira.
A PEC 37 é um tema
jurídico que ganhou a antipatia dos manifestantes e, na semana passada, teve a
votação adiada pelo poder legislativo brasileiro.
A PEC prevê que a
investigação dos processos penais seja da responsabilidade da Polícia
Judiciária, e não do Ministério Público, que tem a função de acusar.
Essa divisão, em
teoria, já existe atualmente, mas, na prática, o Ministério Público também pode
investigar, e foi responsável pela descoberta de importantes casos, como o do
"mensalão", esquema de compra de votos durante o governo de Lula da
Silva.
A praia do Rio de
Janeiro também foi palco de uma manifestação na manhã de hoje, que reuniu 200
pessoas, com grande presença de crianças e adolescentes, contra a corrupção.
Parte dos
manifestantes que se deslocaram na última sexta-feira para a frente da casa do
governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, ainda continuam no
local, reivindicando um diálogo com o político.
No sábado, houve
protestos em pelo menos nove cidades do Brasil, segundo a imprensa local, e
noutras três no exterior - Nova Iorque, Madrid e Paris.
O único local onde
se registaram confrontos entre manifestantes e a polícia foi Belo Horizonte,
uma das sedes da Taça das Confederações.
O saldo do
confronto foi de pelo menos 19 feridos e 30 pessoas detidos, segundo a polícia.
Entretanto, Marina
Silva, que é pré-candidata do partido Rede Sustentabilidade e ficou em terceiro
lugar nas últimas eleições presidenciais do país, criticou, em entrevista ao
jornal Folha de São Paulo os partidos que "surfam na onda das
manifestações" e tentam conquistar apoio com as mesmas.
Os protestos
começaram no início de junho em São Paulo, exclusivamente contra a subida das
tarifas dos transportes públicos, mas estenderam-se a outras cidades no Brasil.
A intervenção
policial motivou outras pessoas a protestarem pela paz e pelo direito de
manifestação, bem como contra a corrupção e a falta de transparência.
Foto: Marcelo Sayao/Efe
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