terça-feira, 18 de junho de 2013

ROWHANI CRITICA SANÇÕES CONTRA IRÃ E INGERÊNCIA INTERNACIONAL NA SÍRIA



Opera Mundi, São Paulo

Presidente eleito ressaltou que as "sanções são injustas, o povo iraniano não fez nada para sofrer com elas"

"O tempo das exigências ocidentais (para interromper o enriquecimento de urânio) é passado", declarou o presidente eleito, garantindo que há "muitas maneiras de construir a confiança", porque o Irã "fará (o exercício) de mais transparência para mostrar que suas atividades estão em conformidade com as regras internacionais". As potências ocidentais impulsionam sanções contra o Irã para forçá-lo a suspender suas atividades nucleares, cujos fins são declaradamente pacíficos. Paralelamente, as negociações entre o Irã e as grandes potências (grupo 5+1) para resolver a crise não registraram progressos.

"O princípio é tornar mais ativas as negociações com o grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha). A questão nuclear só pode ser resolvida por meio de negociações. As ameaças e sanções não são eficazes", ressaltou. "As sanções são injustas, o povo iraniano não fez nada para sofrer com elas. Nossas atividades (nucleares) são legais. Essas sanções só beneficiam Israel", acrescentou Rowhani. As sanções internacionais provocaram uma grave crise econômica no Irã.

Diálogo internacional

Sobre o diálogo com os EUA, o presidente eleito ressaltou que ele "deve ser feito dentro da legalidade e do respeito mútuo. Os EUA não podem intervir nos assuntos internos do país e reconhecer os direitos nucleares do Irã e cessar sua política unilateral e de pressão". Na questão nuclear, "Rowhani irá se valer de sua experiência na diplomacia para reduzir a pressão das sanções por meio da negociação" com as grandes potências, declarou Mohammad-Bagher Nobakht, seu conselheiro para assuntos econômicos, citado nesta segunda-feira pela imprensa.

Rowhani ressaltou ainda que seu governo irá desenvolver as relações com a Arábia Saudita, que se deterioraram nos últimos anos, principalmente devido à crise síria. "A prioridade do meu governo é fortalecer as relações com os países vizinhos (...) Os países do Golfo Pérsico e árabes têm uma importância estratégica e são nossos irmãos", disse.

Sobre a Síria, onde o Irã apoia Assad, Rowhani indicou que "a crise síria deve ser resolvida pelo povo sírio. Somos contra o terrorismo, a guerra civil e a intervenção estrangeira (...) O governo deve ser respeitado por outros países, até as próximas eleições (presidenciais de 2014) e, em seguida, é o povo quem decidirá".

Os países ocidentais e a Rússia receberam de forma positiva a eleição de Rowhani e Washington se disse pronto "a cooperar sobre a questão nuclear". Israel, contudo, fez um apelo para que a pressão sobre o Irã continue para obrigá-lo a suspender suas atividades nucleares. De acordo com resultados definitivos, Rowhani obteve 18,6 milhões de votos (50,68%), e ficou à frente do prefeito conservador de Teerã, Mohammad Bagher Ghalibaf, que recebeu 6,07 milhões de votos, e do chefe dos negociadores na questão nuclear, Said Jalili, com 3,17 milhões, que era apoiado pela ala dura do regime.

* Com informações da AFP, Agência Efe e IRNA 

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