Opera Mundi, São
Paulo
Presidente eleito
ressaltou que as "sanções são injustas, o povo iraniano não fez nada para
sofrer com elas"
"O tempo das
exigências ocidentais (para interromper o enriquecimento de urânio) é
passado", declarou o presidente eleito, garantindo que há "muitas
maneiras de construir a confiança", porque o Irã "fará (o exercício)
de mais transparência para mostrar que suas atividades estão em conformidade
com as regras internacionais". As potências ocidentais impulsionam sanções
contra o Irã para forçá-lo a suspender suas atividades nucleares, cujos fins
são declaradamente pacíficos. Paralelamente, as negociações entre o Irã e as
grandes potências (grupo 5+1) para resolver a crise não registraram progressos.
"O princípio é
tornar mais ativas as negociações com o grupo 5+1 (Estados Unidos, França,
Reino Unido, Rússia, China e Alemanha). A questão nuclear só pode ser resolvida
por meio de negociações. As ameaças e sanções não são eficazes",
ressaltou. "As sanções são injustas, o povo iraniano não fez nada para sofrer
com elas. Nossas atividades (nucleares) são legais. Essas sanções só beneficiam
Israel", acrescentou Rowhani. As
sanções internacionais provocaram uma grave crise econômica no Irã.
Diálogo internacional
Sobre o diálogo com os EUA, o presidente eleito ressaltou que ele "deve
ser feito dentro da legalidade e do respeito mútuo. Os EUA não podem intervir
nos assuntos internos do país e reconhecer os direitos nucleares do Irã e
cessar sua política unilateral e de pressão". Na questão nuclear,
"Rowhani irá se valer de sua experiência na diplomacia para reduzir a
pressão das sanções por meio da negociação" com as grandes potências,
declarou Mohammad-Bagher Nobakht, seu conselheiro para assuntos econômicos,
citado nesta segunda-feira pela imprensa.
Rowhani ressaltou ainda que seu governo irá desenvolver as relações com a
Arábia Saudita, que se deterioraram nos últimos anos, principalmente devido à
crise síria. "A prioridade do meu governo é fortalecer as relações com os
países vizinhos (...) Os países do Golfo Pérsico e árabes têm uma importância
estratégica e são nossos irmãos", disse.
Sobre a Síria, onde o Irã apoia Assad, Rowhani indicou que "a crise síria
deve ser resolvida pelo povo sírio. Somos contra o terrorismo, a guerra civil e
a intervenção estrangeira (...) O governo deve ser respeitado por outros
países, até as próximas eleições (presidenciais de 2014) e, em seguida, é o
povo quem decidirá".
Os países ocidentais e a Rússia receberam de forma positiva a eleição de
Rowhani e Washington se disse pronto "a cooperar sobre a questão
nuclear". Israel, contudo, fez um apelo para que a pressão sobre o Irã
continue para obrigá-lo a suspender suas atividades nucleares. De acordo
com resultados definitivos, Rowhani obteve 18,6 milhões de votos (50,68%), e
ficou à frente do prefeito conservador de Teerã, Mohammad Bagher Ghalibaf, que
recebeu 6,07 milhões de votos, e do chefe dos negociadores na questão nuclear,
Said Jalili, com 3,17 milhões, que era apoiado pela ala dura do regime.
* Com informações da AFP, Agência Efe e IRNA
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