domingo, 23 de junho de 2013

SENTENÇA DO CASO “LANCHA VOADORA” EM CABO VERDE NOVAMENTE ADIADO



JSD – VM - Lusa

Cidade da Praia, 21 jun (Lusa) - A leitura da sentença do processo conhecido por "Lancha Voadora", ligada à apreensão de 1,5 toneladas de cocaína em Cabo Verde, foi hoje novamente adiada, desta vez por uma semana, devido a um mal-estar súbito do juiz presidente.

Os trabalhos ainda começaram, mas foram interrompidos 10 minutos depois, após o presidente do coletivo de juízes, Sebastião de Pina, ter-se sentido mal, tendo começado a sangrar do nariz.

Depois de assistido por um médico presente na sessão, Sebastião de Pina ainda tentou regressar, mas os restantes juízes optaram por adiar a sessão para 28 deste mês, ainda dentro do prazo legal de prisão preventiva, garantiram os advogados da defesa e da acusação.

A leitura das sentenças de 15 arguidos e de cinco empresas, inicialmente marcada para 03 deste mês, ficou assim adiada por mais uma semana.

Iniciado a 18 de março último, o julgamento terminou a 29 de abril com as alegações finais do Ministério Público, que reiterou a condenação de todos os arguidos em regime de prisão preventiva pelos crimes de tráfico de droga, lavagem de capitais e associação criminosa, como consta dos autos, consultados pela Inforpress.

A acusação pediu ao coletivo de juízes, presidido por Sebastião de Pina, a prisão efetiva para os arguidos que se encontravam em regime de TIR (termo de identidade e residência) e a dissolução das cinco empresas envolvidas no processo.

A operação "Lancha Voadora" foi tornada pública a 08 de outubro de 2011, com a maior apreensão de droga de sempre no país: uma tonelada e meia de cocaína em estado de elevada pureza escondida numa cave de um prédio na Achada de Santo António, na Cidade da Praia, e que foi incinerada a 25 de outubro, na presença de autoridades e de jornalistas.

Além da droga, a Polícia Judiciária apreendeu milhares de euros e de outras moedas, milhões de escudos cabo-verdianos em notas e 15 viaturas, das quais cinco veículos topo de gama, três jipes, quatro "jet-sky",duas "pick-up", uma "moto-quatro" e várias armas e munições.

A PJ deteve então, e sucessivamente, Paulo Pereira, a sua mãe, Ivone, e a irmã Ernestina, Quirino dos Santos, bem como o na altura presidente da Bolsa de Valores, Veríssimo Pinto, Carlos Gomes Silva, os empresários António "Totony" Semedo, Luís Ortet e Djoy Gonçalves e o mestre de pesca Jacinto Mariano.

A judiciária cabo-verdiana deteve ainda o empresário José Teixeira e três seus colaboradores, Nilton Jorge, Sandro Spencer, Nerina Rocha, além de José Oliveira, funcionário do Banco Africano de Investimento (BAI).

Além dos 15 arguidos, estiveram sob investigação várias empresas cabo-verdianas ligadas direta ou indiretamente aos acusados: Editur, ImoPraia, AutoCenter, Aurora Internacional e TecnoLage, todas com sede na capital cabo-verdiana.

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