JSD – VM - Lusa
Cidade da Praia, 21
jun (Lusa) - A leitura da sentença do processo conhecido por "Lancha
Voadora", ligada à apreensão de 1,5 toneladas de cocaína em Cabo Verde,
foi hoje novamente adiada, desta vez por uma semana, devido a um mal-estar
súbito do juiz presidente.
Os trabalhos ainda
começaram, mas foram interrompidos 10 minutos depois, após o presidente do
coletivo de juízes, Sebastião de Pina, ter-se sentido mal, tendo começado a
sangrar do nariz.
Depois de assistido
por um médico presente na sessão, Sebastião de Pina ainda tentou regressar, mas
os restantes juízes optaram por adiar a sessão para 28 deste mês, ainda dentro
do prazo legal de prisão preventiva, garantiram os advogados da defesa e da
acusação.
A leitura das
sentenças de 15 arguidos e de cinco empresas, inicialmente marcada para 03
deste mês, ficou assim adiada por mais uma semana.
Iniciado a 18 de
março último, o julgamento terminou a 29 de abril com as alegações finais do
Ministério Público, que reiterou a condenação de todos os arguidos em regime de
prisão preventiva pelos crimes de tráfico de droga, lavagem de capitais e
associação criminosa, como consta dos autos, consultados pela Inforpress.
A acusação pediu ao
coletivo de juízes, presidido por Sebastião de Pina, a prisão efetiva para os
arguidos que se encontravam em regime de TIR (termo de identidade e residência)
e a dissolução das cinco empresas envolvidas no processo.
A operação
"Lancha Voadora" foi tornada pública a 08 de outubro de 2011, com a
maior apreensão de droga de sempre no país: uma tonelada e meia de cocaína em
estado de elevada pureza escondida numa cave de um prédio na Achada de Santo
António, na Cidade da Praia, e que foi incinerada a 25 de outubro, na presença
de autoridades e de jornalistas.
Além da droga, a
Polícia Judiciária apreendeu milhares de euros e de outras moedas, milhões de
escudos cabo-verdianos em notas e 15 viaturas, das quais cinco veículos topo de
gama, três jipes, quatro "jet-sky",duas "pick-up", uma
"moto-quatro" e várias armas e munições.
A PJ deteve então,
e sucessivamente, Paulo Pereira, a sua mãe, Ivone, e a irmã Ernestina, Quirino
dos Santos, bem como o na altura presidente da Bolsa de Valores, Veríssimo
Pinto, Carlos Gomes Silva, os empresários António "Totony" Semedo,
Luís Ortet e Djoy Gonçalves e o mestre de pesca Jacinto Mariano.
A judiciária
cabo-verdiana deteve ainda o empresário José Teixeira e três seus
colaboradores, Nilton Jorge, Sandro Spencer, Nerina Rocha, além de José
Oliveira, funcionário do Banco Africano de Investimento (BAI).
Além dos 15
arguidos, estiveram sob investigação várias empresas cabo-verdianas ligadas
direta ou indiretamente aos acusados: Editur, ImoPraia, AutoCenter, Aurora
Internacional e TecnoLage, todas com sede na capital cabo-verdiana.
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