Bissau – A viatura
do Presidente da Associação Nacional de Importadores e Exportadores (ANIE) da
Guiné-Bissau, foi incendiada na madrugada desta sexta-feira, 21 de Junho, junto
da sede da instituição, na Avenida dos Combatentes de Liberdade da Pátria, no
mesmo prédio onde reside o responsável.
Contactado pela
PNN, Amadu Iero Djamanca afirmou que se trata de uma polémica em torno da
fracassada campanha de comercialização da castanha de caju, da época de 2013.
«Estava à espera porque, nos últimos dias, tenho vindo a receber ameaças via
SMS, relativamente à minha posição face à presente campanha», revelou o
responsável da ANIE.
De acordo com Amadu Iero Djamanca, o episódio aconteceu por volta das 4 horas
da madrugada, quando foi acordado por um alarme, tendo acabado por perceber que
se tratava da sua própria viatura, que estava em chamas.
Depois do sucedido, os autores da iniciativa deixaram uma carta dirigida ao
Presidente da ANIE, com a seguinte mensagem: «Djamanca, és tu quem defende os
estrangeiros, agora toma».
Reagindo ao acontecimento, Mamadu Saliu Lamba, Conselheiro do Presidente de
transição para a área empresarial e um dos vice-Presidentes da Câmara do
Comércio, condenou a situação, que considerou como grave.
«Estou muito triste por mais uma vez os guineenses enveredarem pela via da
violência, por discordarem com Djamanca. Que façam o contrário, através de
denúncias nos meios de comunicação social», disse Mamadu Saliu Lamba,
acrescentando que, com esta situação, o sector privado ficou «muito mais
pobre». O Conselheiro do Presidente de transição repudiou também o teor da
carta endereçada ao Presidente da ANIE.
Saliu Lamba recomendou que seja feita justiça sobre o caso, uma vez que estas
práticas de violência não podem continuar a registar-se na sociedade guineense.
De recordar que, em conferência de imprensa realizada a 17 de Junho, Amadu
Djamanca responsabilizou a Câmara do Comércio pelas falhas dos últimos anos,
registadas nas campanhas de comercialização do caju.
«A Câmara do Comércio é a única e exclusiva responsável pelas péssimas
campanhas dos últimos anos», disse, na altura, Amadu Djamanca.
Neste encontro com a imprensa, o responsável máximo da ANIE negou que a Câmara
do Comércio guineense representasse o sector privado nacional, ou fosse o único
interlocutor do mesmo junto do Governo, como tem sido anunciado oficialmente.
«A sistemática e fraudulenta forma de procura de dinheiro fácil, sem a
responsabilização da sua utilização, tem agravado o normal funcionamento das
diferentes campanhas de caju, desde há algum tempo», referiu.
A ANIE sublinhou que, contrariamente ao que acontece nos outros países
produtores de castanha de caju, as propostas apresentadas pela Câmara de
Comércio têm vindo a contribuir para o disfuncionamento do mercado,
proporcionando um mau ambiente para o desenvolvimento de negócios e para os
preços para o consumidor.
Sobre este assunto, a Assembleia Nacional Popular aprovou uma resolução,
exigindo a devolução de valor de 50 F.cfa (0,08 euros) por cada quilograma de
castanha exportado pela Câmara de Comércio e Indústria.
(c) PNN Portuguese
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