sábado, 15 de junho de 2013

Timor-Leste: Tribunal de Díli julga mais 8 indivíduos por crimes contra humanidade



14 de Junho de 2013, 22:42

O Tribunal Distrital de Díli iniciou, na terça-feira, o julgamento de oito indivíduos suspeitos de terem cometido crimes contra a humanidade em 1999 em Timor-Leste, anunciou hoje o Programa de Monitorização do Sistema Judicial timorense.

"Há 27 arguidos neste processo, mas o tribunal só consegue julgar oito, porque os restantes ainda estão em Atambua, na Indonésia. Os indivíduos eram membros e líderes da milícia AHI (Aileu Hametin Integração) em 1999, que foi apoiada pelo exército e polícia indonésios", explicou, em comunicado, aquela organização não-governamental timorense.

Segundo o comunicado, o Ministério Público considerou que em 1999, durante e depois do referendo, os indivíduos estiveram envolvidos na prática de "homicídio qualificado, tentativa de homicídio, detenções ilegais, remoção forçada de civis para a Indonésia, destruição de habitações e violação de mulheres".

O Programa de Monitorização do Sistema Judicial referiu também que durante o julgamento os réus "recusaram prestar depoimento", tendo pedido para fazer as suas declarações após o depoimento das testemunhas.

O julgamento prossegue no próximo dia 8 de Julho com a audição das testemunhas.

"Os crimes contra a humanidade são muito graves e, portanto, o Programa de Monitorização do Sistema Judicial apela aos tribunais para lidar com esta questão de forma adequada para assegurar e garantir justiça para as vítimas", afirmou o director daquela organização timorense, Luís de Oliveira Sampaio.

No passado mês de Dezembro, o Tribunal Distrital de Díli condenou três elementos de uma milícia pró-integracionista a penas entre os seis e os 16 anos de prisão.

Os três elementos pertenciam à milícia Besih Merah Putih e foram condenados pelo Tribunal Distrital de Díli por incidentes ocorridos, em 1999, na vila de Ulmera, Bazartete, no distrito de Liquiçá, a cerca de 50 quilómetros a oeste de Díli.

A 4 de Setembro 1999, quando foram anunciados os resultados da consulta popular de 30 de Agosto que determinaram a independência de Timor-Leste, começou um período de violência e destruição perpetrado por milícias pró-integracionistas, apoiadas por soldados da Indonésia.

Durante cerca de um mês, mil pessoas foram mortas e centenas de milhares obrigadas a viajar para Timor Ocidental e outras províncias indonésias.

O relatório sobre direitos humanos de 2010 da Missão Integrada da ONU em Timor-Leste, cujo mandato terminou a 31 de Dezembro de 2012, refere que, no final de Junho de 2010, "303 dos 391 indivíduos acusados de crimes graves associados ao período de 1999 continuavam à solta".

Sapo TL e DN

Leia mais sobre aquela região do mundo, Macau e Timor-Leste em TIMOR LOROSAE NAÇÃO

Sem comentários:

Mais lidas da semana