terça-feira, 4 de junho de 2013

UNITA crê que polícias suspeitos de assassinarem dirigentes receberam ordens superiores

 

NME – VM - Lusa
 
Luanda, 04 jun (Lusa) - A UNITA, que acusa a Polícia Nacional angolana de ter assassinado dois dirigentes do seu partido, no município de Cacuaco, na noite de sábado para domingo, disse hoje acreditar que os polícias receberam "orientações superiores" para realizarem a ação.
 
A acusação foi feita hoje em conferência de imprensa pelo secretário municipal da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) no Cacuaco, Pedro Panela.
 
Aquele dirigente disse que existia uma boa relação entre as autoridades locais e os representantes do partido naquele município, que dista cerca de 30 quilómetros de Luanda.
 
Segundo Pedro Panela, face ao elevado índice de criminalidade na zona, a UNITA escreveu ao comando de divisão da Polícia Nacional e ao Departamento municipal da investigação criminal a manifestar a sua preocupação e a oferecer-se para ajudar a resolver o problema, indicando os locais mais afetados, bem como os alegados criminosos que lá atuam.
 
Nesse sentido, o dirigente referiu acreditar que "o senhor comandante e os outros dirigentes da polícia do município cumpriram apenas orientações de cima".
 
"Porque conhecem o Sr. Filipe (uma das vítimas), temos estado reunidos (com as autoridades locais), na semana passada estivemos reunidos com a senhora administradora e conhecem bem os nossos homens e sabem que não são delinquentes", lamentou.
 
A morte dos dois dirigentes da UNITA, nomeadamente o inspetor municipal Filipe Chakussanga e o secretário comunal de Kikolo, António Kamuku, ocorreu na mesma noite em que se verificou o assassínio de três agentes da polícia por desconhecidos, quando se encontravam na esquadra móvel estacionada no bairro Paraíso, igualmente no Cacuaco.
 
Um comunicado do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, reunido "de urgência" na segunda-feira e enviado hoje à Lusa, refere que "unidades da Polícia Nacional, em operações no bairro Paraíso, fizeram buscas noturnas porta a porta e assassinaram friamente nas suas residências os membros da UNITA".
 
No comunicado, a UNITA lamentou e condenou a morte dos três polícias no mesmo bairro "por indivíduos não identificados", que "se inscrevem no quadro da criminalidade e insegurança crescentes" em Angola.
 
"O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA manifesta profundamente a sua preocupação pelo ciclo crescente de atos de intolerância política, que se consubstanciam em assassínios políticos seletivos, prisões arbitrárias, destruição de símbolos partidários, espancamentos de seus quadros e dirigentes que continuam a ocorrer em todo o país", refere o documento.
 

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