NME – VM - Lusa
Luanda, 04 jun
(Lusa) - A UNITA, que acusa a Polícia Nacional angolana de ter assassinado dois
dirigentes do seu partido, no município de Cacuaco, na noite de sábado para
domingo, disse hoje acreditar que os polícias receberam "orientações
superiores" para realizarem a ação.
A acusação foi
feita hoje em conferência de imprensa pelo secretário municipal da União
Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) no Cacuaco, Pedro Panela.
Aquele dirigente
disse que existia uma boa relação entre as autoridades locais e os
representantes do partido naquele município, que dista cerca de 30 quilómetros
de Luanda.
Segundo Pedro
Panela, face ao elevado índice de criminalidade na zona, a UNITA escreveu ao
comando de divisão da Polícia Nacional e ao Departamento municipal da
investigação criminal a manifestar a sua preocupação e a oferecer-se para
ajudar a resolver o problema, indicando os locais mais afetados, bem como os
alegados criminosos que lá atuam.
Nesse sentido, o
dirigente referiu acreditar que "o senhor comandante e os outros
dirigentes da polícia do município cumpriram apenas orientações de cima".
"Porque
conhecem o Sr. Filipe (uma das vítimas), temos estado reunidos (com as
autoridades locais), na semana passada estivemos reunidos com a senhora
administradora e conhecem bem os nossos homens e sabem que não são
delinquentes", lamentou.
A morte dos dois
dirigentes da UNITA, nomeadamente o inspetor municipal Filipe Chakussanga e o
secretário comunal de Kikolo, António Kamuku, ocorreu na mesma noite em que se
verificou o assassínio de três agentes da polícia por desconhecidos, quando se
encontravam na esquadra móvel estacionada no bairro Paraíso, igualmente no
Cacuaco.
Um comunicado do
Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, reunido "de
urgência" na segunda-feira e enviado hoje à Lusa, refere que
"unidades da Polícia Nacional, em operações no bairro Paraíso, fizeram
buscas noturnas porta a porta e assassinaram friamente nas suas residências os membros
da UNITA".
No comunicado, a
UNITA lamentou e condenou a morte dos três polícias no mesmo bairro "por
indivíduos não identificados", que "se inscrevem no quadro da
criminalidade e insegurança crescentes" em Angola.
"O Comité
Permanente da Comissão Política da UNITA manifesta profundamente a sua
preocupação pelo ciclo crescente de atos de intolerância política, que se
consubstanciam em assassínios políticos seletivos, prisões arbitrárias,
destruição de símbolos partidários, espancamentos de seus quadros e dirigentes
que continuam a ocorrer em todo o país", refere o documento.
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