terça-feira, 4 de junho de 2013

POLÍCIA ANGOLANA NEGA ENVOLVIMENTO NA MORTE DE DIRIGENTES DA UNITA

 

EL – APN - Lusa
 
Luanda, 04 jun (Lusa) - A Polícia Nacional angolana negou hoje em comunicado qualquer envolvimento na morte de dois dirigentes da UNITA, maior partido da oposição, ocorrido na noite de sábado para domingo no município do Cacuaco, arredores de Luanda.
 
Aquele partido tinha alegado hoje, em conferência de imprensa, que os autores do crime, que afirma pertencerem à corporação, observaram "orientações superiores".
 
No comunicado distribuído pela agência Angop, a Polícia Nacional classifica como "gratuitas as declarações da UNITA", e rejeita a acusação, reservando-se o direito de recorrer à justiça.
 
Segundo a Angop, a "polícia apela a toda a sociedade [para se conseguir] maior serenidade e garante aumentar os níveis de segurança e manutenção da ordem pública".
 
Em causa está o assassínio de Filipe Chakussanga e António Kamuku, que segundo a UNITA foram alvo de execução perpetrada por agentes da polícia, acrescentando ainda a UNITA que tem uma testemunha ocular dos factos que alega.
 
A morte dos dois dirigentes da UNITA ocorreu na mesma noite em que se verificou o assassínio de três agentes da polícia por desconhecidos, quando se encontravam na esquadra móvel estacionada no bairro Paraíso, igualmente no Cacuaco.
 
Um comunicado do Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, reunido "de urgência" na segunda-feira e enviado hoje à Lusa, refere que "unidades da Polícia Nacional, em operações no bairro Paraíso, fizeram buscas noturnas porta a porta e assassinaram friamente nas suas residências os membros da UNITA".
 
No comunicado, a UNITA lamentou e condenou a morte dos três polícias no mesmo bairro "por indivíduos não identificados", que "se inscrevem no quadro da criminalidade e insegurança crescentes" em Angola.
 
"O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA manifesta profundamente a sua preocupação pelo ciclo crescente de atos de intolerância política, que se consubstanciam em assassínios políticos seletivos, prisões arbitrárias, destruição de símbolos partidários, espancamentos de seus quadros e dirigentes que continuam a ocorrer em todo o país", refere o documento.
 
Acresce a esta situação, o facto do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, ter exonerado segunda-feira a comandante provincial de Luanda da Polícia Nacional, comissária-chefe Elizabeth Ranque Franque, que detinha ainda o cargo de delegada provincial do Ministério do Interior.
 
A exoneração foi unicamente fundamentada com a expressão "conveniência de serviço".
 
No mesmo decreto que divulga a exoneração da comissária-chefe informa-se que Elizabeth Franque passa a conselheira do comandante geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos.
 
Para o lugar de Elizabeth Franque foi nomeado o comissário António Maria Sita, que era o comandante provincial da polícia no Cunene, província onde exercia cumulativamente as funções de delegado do Ministério do Interior, tendo sido promovido ao posto de comissário-chefe.
 

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