Luanda poderá
gastar milhões de dólares para a realização, em setembro, do Campeonato do
Mundo de Hóquei em Patins. Mas em Benguela continuam inacabadas as casas para
jovens entregues na véspera das eleições de 2012.
Dois anos depois de
terem recebido as chaves das residências, os beneficiários do projecto “Casa da
Juventude” acusam o Ministério da Juventude e Desportos de Angola (MJD) de
incumprimento do contrato e de burla. Os moradores do Bairro da Juventude dizem
que o MJD lhes vendeu casas inacabadas, muitas delas sem janelas, portas, redes
sanitárias e mobílias, além da falta de iluminação pública.
“Os moradores aqui
estão mesmo muito zangados com esta situação”, contou à DW África o porta-voz
do Bairro da Juventude. Segundo José Prata, por altura da entrega das casas o
governo havia prometido resolver o problema num prazo de uma semana, mas até
agora a situação continua na mesma.
Além de problemas com “os tetos falsos, que é responsabilidade do Ministério da
Juventude”, José Prata referiu outros problemas que estão por resolver,
como a questão das portas e janelas, a situação das casas de banho que devem
ser reabilitadas e as cozinhas que também têm de ser ampliadas, “conforme
consta no novo contrato”, sublinha.
Moradores dão ultimato ao Governo
A situação parece ser dramática, uma vez que há mais de um ano os moradores das
casas da juventude têm sofrido descontos mensais nos seus salários para pagar
as prestações. De acordo com o porta-voz do Bairro da Juventude em Benguela, os
moradores equacionam levar o caso à Presidência da República.
“Já estamos a fazer
descontos para o banco há um ano e as casas não estão prontas como deviam, as
mobílias também não chegam e nós estamos a viver nessas condições”, critica
José Prata. “O Governo não pode estar a brincar com as pessoas”, afirma,
sublinhando que o problema tem de ser resolvido porque os habitantes já estão a
pagar as casas.
Os moradores do Bairro da Juventude deram um ultimato de uma semana ao Governo
angolano. Caso o problema não seja resolvido, prometem sair às ruas. “Se o
Ministério continuar em estado de silêncio, vai acontecer uma manifestação
pública”, garante José Pratas, adiantando que a ação de protesto poderá começar
no Banco de Poupança e Crédito (BPC), a instituição bancária onde os moradores
fizeram os contratos
Contatado pela DW África, o diretor provincial da Juventude e Desportos de
Benguela, Pedro Garcia, disse não estar autorizado a comentar o assunto, mas
garantiu que dentro de dias o MJD poderá pronunciar-se sobre o caso.
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