quarta-feira, 10 de julho de 2013

Cabo Verde pode tornar-se plataforma de serviços financeiros na África Ocidental - BES-CV



JSD – MLL - Lusa

Cidade da Praia, 09 jul (Lusa) - O Banco Espírito Santo (BES) assinalou, na segunda-feira, o terceiro aniversário em Cabo Verde com uma visão otimista, salientando que o arquipélago "tem todas as condições" para se constituir numa plataforma de serviços financeiros na África Ocidental.

Numa conferência sobre "Cabo Verde e África Outlook: Desafios e Oportunidades para o Mercado de Capitais", o presidente do conselho de administração (PCA) do BES-CV, Pedro Cudell, destacou como trunfos o facto de o país ser livre, democrático e "muitíssimo bem classificado".

"Tem recursos humanos de excelente qualidade e um sistema financeiro equilibrado e muitíssimo bem tutelado pelo banco central", acentuou Pedro Cudell.

"Chegou a hora de sabermos ir buscar aquilo que o mundo e o país têm de bom, para nos dar alento para continuarmos a andar para a frente, mais e melhor", acrescentou, admitindo, porém, que Cabo Verde ainda tem grandes desafios pela frente.

Francisco Palma, também administrador do BES, destacou as oportunidades que se abrem ao mercado de capitais, que, sugeriu, deverá pensar na sua sofisticação e diversificação das ofertas.

A esse propósito, o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), um dos oradores, indicou que, a longo prazo, o banco central cabo-verdiano vai promover um conjunto de iniciativas ligadas ao sistema financeiro e aos setores segurador e do mercado de valores imobiliários.

Segundo Carlos Burgo, trata-se das leis de Bases do Sistema Financeiro e das Atividades das Instituições Financeiras, a aprovar em breve no parlamento, a par da modernização já introduzida na legislação aplicável ao setor segurador e ao mercado de valores imobiliários e da elaboração de uma estratégia e de um plano de ação para o desenvolvimento do sistema financeiro.

Carlos Burgo confirmou, por outro lado, que o sistema financeiro nacional assenta em bases sólidas, graças à credibilidade do regime cambial, às reservas obrigatórias e à liquidez dos bancos.

"Face à prolongada crise económica e financeira internacional, o foco está no reforço da regulação e da supervisão e na promoção de práticas de gestão sãs, que passam pelo aperfeiçoamento da capacidade de análise e de gestão de riscos, com vista à sua minimização e na preservação da confiança no sistema", afirmou.

Segundo Carlos Burgo, os dados apontam para uma desaceleração da atividade económica, pelo que há necessidade de investir forte na melhoria da competitividade económica, ambiente de negócios, qualificação profissional e legislação laboral.

A garantia das reservas cambiais mínimas e o endividamento não excessivo do Estado são "condições essenciais" a respeitar no quadro do regime económico no país, que assenta na paridade fixa com o euro e que depende da credibilidade e da confiança.

Com menor crescimento económico, Carlos Burgo admitiu que vai haver menos receitas fiscais para o Estado, impondo ajustamentos nas despesas com as empresas.

Em Cabo Verde desde 2006 através de uma sucursal financeira no exterior, o BES inaugurou em julho de 2010 um banco universal de direito cabo-verdiano, o BES-CV, com um capital inicial de 13 milhões de euros, associando-se ao processo de internacionalização da praça financeira de Cabo Verde na região oeste-africana.

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