ALU – MSF - Lusa
O ex-analista da
CIA Edward Snowden denunciou hoje, em declarações à revista Der Spiegel, que os
serviços secretos alemães conheciam o programa de espionagem dos Estados
Unidos, mas não informaram os seus detalhes às autoridades políticas.
A Agência de
Segurança Nacional norte-americana (NSA) "estava em conlúio com os
alemães", assegurou o jovem informático que revelou o escândalo do
programa Prism, que desvendou as milhares de escutas efetuadas por Washington.
Segundo o seu
relato, os serviços secretos alemães beneficiaram da informação obtida graças
ao programa Prism, sem que se preocupassem com os detalhes da sua obtenção,
ultrapassando o âmbito político.
Assim, evitava-se
ter que dar explicações sobre os métodos ilegais aplicados, que estão no centro
da atual polémica.
Desta forma,
"os políticos não tinham que assumir qualquer responsabilidade", em
caso de ser revelado que tal "viola a esfera privada das pessoas em forma
massiva", explicou Snowden, numa entrevista realizada antes do analista se
tornar um fugitivo, há duas semanas.
A cooperação entre
os serviços secretos de ambos os lados do Atlântico estava organizada de tal
maneira que as autoridades estavam "protegidas" perante uma possível
reação social caso o programa se tornasse público.
A troca de
informação asssenta em que os vários serviços secretos não fazem perguntas
sobre a origem da informação, acrescentou.
"As outras
autoridades não nos perguntavam onde tínhamos obtido os dados e nós fazíamos o
mesmo", disse.
A revelação do
programa de espionagem norte-americano irritou visivelmente o Governo alemão,
que considerou que uma ação destas entre "parceiros e amigos" é
"inaceitável", já que "a Guerra Fria acabou".
Na próxima semana
está previsto que um grupo de especialistas alemães, liderado pelo ministro do
Interior, Hans Peter Friedrich, visite Washington para conhecer os detalhes do
programa Prism e a sua ação na Alemanha.
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