O País (mz)
Zona Sul: Cerca
de 98% dos operadores privados suspenderam o fornecimento de água
Os pequenos
operadores privados de abastecimento de água não recuaram. Concretizaram o
seu aviso, emitido última terça-feira, de suspensão do fornecimento de água em
todas as zonas sob sua jurisdição. Ontem, cerca de 98 por cento destes pequenos
empreendedores haviam aderido à causa. Os seus sistemas estavam paralisados e
não havia água nos bairros. O caos havia se instalado em quase todas as zonas
periurbanas da cidade de Maputo e da região conhecida como Grande Maputo.
O nosso jornal
efectuou uma ronda nas primeiras horas do dia e constatou um cenário dramático:
senhoras percorriam distâncias à procura do precioso líquido.
Na cidade de
Maputo, visitámos os bairros de Laulane, Magoanine, Mahlazine, Benfica,
Bagamoio, 25 de Junho, entre outros e o cenário era o mesmo: não jorrava água
nas torneiras.
“É lamentável o que
nos estão a fazer. Desde às 05h00 da manhã que a água não sai”, lamentava uma
senhora, identificada pelo nome de Lúcia Simbine, residente do bairro T3, no
município da Matola. Diz que não se surpreendeu muito com a situação porque
já havia recebido um aviso, em comunicado, por parte do seu fornecedor, daí ter-se
precavido, enchendo seus tambores. Mas trata-se, aos seus olhos, duma
precaução temporária, porque não vai conseguir gerir a situação por muitos
dias. Por isso, Simbine mostrou-se agastada com o cenário.
Quem foi colhida de
surpresa foi Ester Novela, residente da Zona Verde, município da Matola.
Explicou ao nosso jornal que ela, tal como o marido, não acompanham os
noticiários porque estão na faculdade, no curso nocturno, e nem tiveram a
oportunidade de ter o comunicado da Aforamo. “Não estou a perceber o que está
a acontecer. Saí às 05h00 da manhã, surpreendi-me quando abri a torneira e não
saiu água. Meu marido foi trabalhar sem fazer banho. Não entendo o que se está
a passar”, lamenta, acrescentando que “fui à casa do meu fornecedor, mas está
com portões trancados. Fiquei a saber que está com medo das populações...”.
Alternativamente,
os moradores da Zona Verde e T3 recorreram à água dos poços. O nosso jornal
presenciou um cenário dramático nas primeiras horas de ontem, numa das famílias
que possui poço. Centenas de mulheres, numa longa fila, estavam à espera da
sua vez para tirar um bidão de água.
Cenário caótico
registou, igualmente, em bairros tais como Ndlavela, Khongolote, São Dâmaso,
entre outros no município da Matola. Na cidade de Maputo, a paralisação
estendeu-se aos bairros Benfica, Mahlazine, Magoanine, parte de Laulane e
Ferroviário, Mahotas, Bagamoio, 25 de Junho, entre vários.
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