Martinho Júnior,
Luanda
1 – Em Portugal,
década após década o “arco do governo” tem sido articulado a três, que “sabiamente”
exploram todo o espaço contraditório possível, para manter uma alternância
institucional admissível às elites e inibindo sempre a legítima alternativa
popular e participativa.
É essa a essência
do “arco da velha”, ou seja, da varinha mágica do “Bilderberg” inveterado que é
Francisco Pinto Balsemão, o crónico fazedor de opinião (“fazedor de reis”) que
é um profundo conhecedor da mentalidade-padrão que é imposta como um acto de
cultura “pragmática” e sócio-política de censura desde as experiências e os
anos idos do fascismo: alimentar as contradições (neo)liberais entre os três
componentes do “arco do governo”, para que nunca seja dada oportunidade à
contradição nos termos da luta de classe, sensível a um “governo patriótico e
de esquerda”.
No espaço aberto
aos três do “arco do governo” assume-se a contradição de fanfarra, impedindo
que a contradição essencial alguma vez ascenda na sua fórmula efectivamente
justa e patriótica, ou para que ela morra à nascença se por acaso tiver alguma
veleidade à ascensão… para que esta não passe “da rua” para os salões
governamentais…
Com isto as elites
portuguesas aninhadas e submissas ao sentido “Bilderberg” avisam a navegação:
uma alternativa de “governo patriótico e de esquerda” será um caminho de caos e
por isso que venha a fanfarra!
Ninguém melhor que
António João Jardim para fazer esse aviso à navegação, como um “out sider” ao
continente ou um “cacique” local, como queiram, o que justifica plenamente o
seu papel de avisado “bobo da corte” no seio do PSD: a peça teatral com ele
fica completa!
2 – Assim o “Bilderberg”
em Portugal, um mês e meio depois do encerramento da reunião anual do grupo
elitista em Londres passou automaticamente à ofensiva, “jogando pelo Seguro”… “com
recurso a Portas e travessas”… com todo o suporte de “Expressos & SICários”,
ou de outros afiliados quejandos!
Teremos um tempo em
que o “banho maria” da nova situação (transitória), que ora se despoletou com
as sucessivas demissões governamentais, vai preencher o quotidiano mediático, a
fim de fazer passar as mensagens da conveniência do “arco da velha”
aproveitando “a crise”!
Prometem-se emoções
(controladas) a rojos, animando a fanfarra… não percam!
Pode ser que o “banho
maria” dure apenas uns dois meses, realizando eleições gerais precisamente na
altura das eleições para as autarquias, mas também pode ser que as eleições se
venham a realizar só mesmo na data prevista (o que é institucionalmente mais
difícil e uma verdadeira “queima” para o Presidente Cavaco.
É evidente que as
mensagens para o tempo da transição, pela surpresa de umas, a intensidade de
outras e os escândalos da ocasião, convenientemente não ultrapassem
determinados limites, ou seja, não podem saturar emocionalmente, nem chocar
demasiadamente com os “brandos costumes”, mesmo que eles ordeiramente, de
acordo com o legado de leis democráticas, desfilem em manifestações pacíficas
por todas as ruas do país…
Os peritos
psico-sociológicos feitos jornalistas dos “Expressos & SICários”, ou de
outros afiliados quejandos, lá estão para dosear artificiosamente, conferindo
coerência à manipulação!
“!Que ganhe o
melhor e que o melhor seja… mais um Bilderberger”!
É mesmo um “arco da
velha”!
Gravura: Adaptáveis
ao “arco da velha”!
A consultar em Página
Global: “Portugal – coisas do arco da velha”
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