quarta-feira, 3 de julho de 2013

O “ARCO DA VELHA”!



Martinho Júnior, Luanda

1 – Em Portugal, década após década o “arco do governo” tem sido articulado a três, que “sabiamente” exploram todo o espaço contraditório possível, para manter uma alternância institucional admissível às elites e inibindo sempre a legítima alternativa popular e participativa.

É essa a essência do “arco da velha”, ou seja, da varinha mágica do “Bilderberg” inveterado que é Francisco Pinto Balsemão, o crónico fazedor de opinião (“fazedor de reis”) que é um profundo conhecedor da mentalidade-padrão que é imposta como um acto de cultura “pragmática” e sócio-política de censura desde as experiências e os anos idos do fascismo: alimentar as contradições (neo)liberais entre os três componentes do “arco do governo”, para que nunca seja dada oportunidade à contradição nos termos da luta de classe, sensível a um “governo patriótico e de esquerda”.

No espaço aberto aos três do “arco do governo” assume-se a contradição de fanfarra, impedindo que a contradição essencial alguma vez ascenda na sua fórmula efectivamente justa e patriótica, ou para que ela morra à nascença se por acaso tiver alguma veleidade à ascensão… para que esta não passe “da rua” para os salões governamentais…

Com isto as elites portuguesas aninhadas e submissas ao sentido “Bilderberg” avisam a navegação: uma alternativa de “governo patriótico e de esquerda” será um caminho de caos e por isso que venha a fanfarra!

Ninguém melhor que António João Jardim para fazer esse aviso à navegação, como um “out sider” ao continente ou um “cacique” local, como queiram, o que justifica plenamente o seu papel de avisado “bobo da corte” no seio do PSD: a peça teatral com ele fica completa!

2 – Assim o “Bilderberg” em Portugal, um mês e meio depois do encerramento da reunião anual do grupo elitista em Londres passou automaticamente à ofensiva, “jogando pelo Seguro”… “com recurso a Portas e travessas”… com todo o suporte de “Expressos & SICários”, ou de outros afiliados quejandos!

Teremos um tempo em que o “banho maria” da nova situação (transitória), que ora se despoletou com as sucessivas demissões governamentais, vai preencher o quotidiano mediático, a fim de fazer passar as mensagens da conveniência do “arco da velha” aproveitando “a crise”!

Prometem-se emoções (controladas) a rojos, animando a fanfarra… não percam!

Pode ser que o “banho maria” dure apenas uns dois meses, realizando eleições gerais precisamente na altura das eleições para as autarquias, mas também pode ser que as eleições se venham a realizar só mesmo na data prevista (o que é institucionalmente mais difícil e uma verdadeira “queima” para o Presidente Cavaco.

É evidente que as mensagens para o tempo da transição, pela surpresa de umas, a intensidade de outras e os escândalos da ocasião, convenientemente não ultrapassem determinados limites, ou seja, não podem saturar emocionalmente, nem chocar demasiadamente com os “brandos costumes”, mesmo que eles ordeiramente, de acordo com o legado de leis democráticas, desfilem em manifestações pacíficas por todas as ruas do país…

Os peritos psico-sociológicos feitos jornalistas dos “Expressos & SICários”, ou de outros afiliados quejandos, lá estão para dosear artificiosamente, conferindo coerência à manipulação!

“!Que ganhe o melhor e que o melhor seja… mais um Bilderberger”!

É mesmo um “arco da velha”!

Gravura: Adaptáveis ao “arco da velha”!

A consultar em Página Global: “Portugal – coisas do arco da velha”

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