O secretário-geral
da OEA, José Miguel Insulza, assegurou que os países europeus que impediram o
avião do Presidente Evo Morales de sobrevoar os seus territórios colocaram “em
risco” a vida do chefe de Estado boliviano e devem dar explicações.
Através de um
comunicado emitido pela Organização de Estados Americanos (OEA) em Washington,
Insulza exprimiu o seu “profundo mal-estar face à decisão das autoridades de
vários países europeus”, incluindo Portugal, e alegadamente devido às suspeitas
que o avião de Morales levava a bordo o ex-consultor dos serviços de
informações norte-americanos Edward Snowden.
“Nada justifica uma
ação tão irrespeitável face à mais alta autoridade de um país”, considerou
Insulza no comunicado.
“Os países
envolvidos devem fornecer uma explicação dos motivos pelos quais tomaram essa
decisão, em particular porque a vida do primeiro mandatário de um país membro
da OEA foi colocada em risco”, assegurou.
O avião
presidencial de Evo Morales deslocou finalmente hoje de Viena após uma escala
forçada de mais de 13 horas motivada pelo encerramento de vários espaços aéreos
europeus, e devido à suspeita da presença a bordo do ex-técnico da CIA Edward
Snowden, procurado pelo Governo dos Estados Unidos.
As autoridades
bolivianas assinalaram a Itália, Portugal, França e Espanha entre os países que
impediram que o avião de Morales sobrevoasse o seu espaço aéreo, obrigando o
aparelho a dirigir-se para Viena.
Em comunicado, o
Ministério dos Negócios Estrangeiros português (MNE) confirmou hoje ter
cancelado por “considerações técnicas” o sobrevoo de Portugal e aterragem em
Lisboa do avião do Presidente boliviano, na segunda-feira à tarde.
Em comunicado, o
MNE acrescentou que a interdição de sobrevoo do espaço aéreo português foi
levantada às 21:10 do mesmo dia, mantendo-se no entanto a interdição de
aterragem “por considerações técnicas”.
“No dia 1 de julho,
2ª feira, às 16:28, foi comunicado às autoridades da Bolívia que a autorização
de sobrevoo e aterragem, solicitada para o percurso de regresso Moscovo/La Paz,
estava cancelada por considerações técnicas”, lê-se no comunicado.
“Perante o pedido
de esclarecimento das autoridades bolivianas, recebido às 19:19 desse dia, foi
esclarecido às 21:10 que as considerações de ordem técnica não obstavam ao
sobrevoo do espaço aéreo nacional, tendo para tal sido expressamente concedida
nova autorização de sobrevoo. Apenas a aterragem não seria possível por
considerações técnicas”, acrescentou o texto.
Segundo o MNE, as
autoridades bolivianas “continuaram a insistir na aterragem do avião
presidencial em Lisboa” e, apesar de “múltiplos contactos por via diplomática”
feitos na segunda e na terça-feira, “insistiram inicialmente em submeter junto
das autoridades aeronáuticas internacionais um plano de voo que previa a
aterragem em Lisboa para reabastecimento”.
Só na tarde de
terça-feira, explicou o comunicado, é que “a Bolívia submeteu um plano de voo
prevendo o sobrevoo do espaço aéreo nacional” e “aterragem em Las Palmas”.
“Está autorizado
hoje, como sempre esteve, o sobrevoo do território nacional”, afirmou o MNE.
O chefe da
diplomacia espanhola, José Manuel Gracía-Margallo, também negou a existência de
qualquer “proibição” para que o avião sobrevoasse espaço aéreo de Espanha e
assegurou que Madrid tentou “abrir caminho” para que pudesse fazer uma escala
em Las Palmas, nas ilhas Canárias.
No entanto, Morales
já qualificou o incidente de “agressão à América Latina” e assegurou que no
regresso a La Paz vai analisar “que ações tomar para que haja mais respeito”.
A pedido do Governo
de Quito, a União das Nações Sul-americanas (Unasul) já convocou uma reunião
extraordinária para analisar a situação, indicou o secretário-geral da
organização, Alí Rodríguez.
PCR (MDR) // VM -
LUSA
Embaixador de
Portugal convocado após incidente com avião presidencial da Bolívia
Os embaixadores de
Portugal e da França em La Paz vão ser convocados pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros da Bolívia para consulta, na sequência do incidente com o avião de
Morales, indicou o organismo, citado pela Efe.
O embaixador em La
Paz é o diplomata acreditado em Lima, capital do Peru, segundo o portal do
Governo, pelo que para o encontro deverá ser convocada Helena Margarida Rezende
de Almeida Coutinho, em vez do cônsul-geral de Portugal em La Paz, George
Rezvani Albuquerque.
Portugal e França
rejeitaram inicialmente conceder autorização para a aterragem ou sobrevoo do
avião do Presidente boliviano, Evo Morales, acabando por dar 'luz verde', esta
madrugada.
O incidente com
avião de Morales desencadeou uma 'crise' entre Europa e América Latina, com a
Bolívia a qualificar como "prepotente" a recusa de vários países
europeus em deixar aterrar ou sobrevoar o avião presidencial, no qual se
suspeitava que poderia viajar o ex-analista da CIA Edward Snowden.
"O Presidente
bolivariano foi sequestrado hoje [esta terça-feira] pelo imperialismo",
afirmou o vice-presidente da Bolívia, Alvaro Linera, em declarações citadas
pela Efe.
Diante do seu
elenco de ministros em La Paz, Alvaro Linear afirmou que "não pode haver
impunidade com este 'rasgo' de colonialismo" e que Morales "não é
nenhum delinquente".
A recusa de vários
países europeus em deixar aterrar ou sobrevoar o seu território o avião do
Presidente da Bolívia, Evo Morales, desencadeou, esta terça-feira, uma crise
diplomática face às "infundadas suspeitas", como qualificou o Governo
boliviano, de que o antigo analista da CIA Edward Snowden viajava no avião
presidencial.
Morales regressava
à Bolívia procedentes de uma cimeira em Moscovo quando o seu avião recebeu o
aviso de que se negava a sua passagem pelo espaço aéreo de França e uma paragem
para reabastecimento em Portugal, pelo que teve de se desviar e aterrar de
emergência em Viena.
A partir de La Paz,
o ministro dos Negócios Estrangeiros, David Choquehuanca, foi o primeiro a
denunciar o ocorrido e a sublinhar a indignação do Governo pelo sucedido, que,
a seu ver, pôs em perigo a vida do Presidente.
Choquehuanca negou
taxativamente que Snowden tenha viajado no avião de Morales, o qual negou
também, em Viena, em declarações à Efe, que o ex-técnico norte-americano
estivesse a bordo da aeronave, apontando nada saber do assunto.
"Nunca o
vimos" em Moscovo e, em momento algum, Snowden foi tema de conversa com as
autoridades russas, disse o mandatário.
Morales insistiu
que não tem "nada a ver" com este assunto e afirmou que até à data
nem sequer sabia quem era o ex-técnico da CIA, cujas revelações estão a
constranger o Governo norte-americano.
La Paz culpou
diretamente pelo sucedido os Estados Unidos, a cujo Governo acusa de orquestrar
o sucedido "utilizando alguns países europeus", segundo disse o
ministro da Defesa, Rubén Saavedra, que acompanha Morales na viagem.
Em conferência de imprensa
no aeroporto da capital austríaca, Saavedra anunciou que a Bolívia vai recorrer
aos "fóruns internacionais" para denunciar Governos que "tenham
violado as normas de direito de trânsito aéreo".
A Bolívia figura
como um dos 21 países aos quais, segundo o portal do WikiLeaks, Snowden
solicitou asilo, ainda que o Executivo deste país andino tenha garantido, esta
terça-feira, não ter recebido qualquer pedido.
Contudo, numa
entrevista concedida esta semana a um canal de televisão russo, Evo Morales
afirmou que estaria aberto a "debater, a analisar" o assunto em caso
de haver pedido.
Vários países do
bloco bolivariano, entre os quais Venezuela, Equador e Nicarágua, expressaram
de imediato a sua condenação ao que sucedeu com o avião de Morales.
O Equador anunciou
que vai solicitar uma reunião extraordinária de ministros dos Negócios
Estrangeiros da União de Nações do Sul (Unasur) para analisar "tamanha
ofensa", um pedido a que se juntou a Bolívia através da sua ministra da
Comunicação, Amanda Dávila.
DM // FV - LUSA
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1 comentário:
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‘Portugal tiene que explicarnos, Francia tiene que explicarnos por qué han cancelado, además el avión es un avión francés, los pilotos han sido entrenados en Francia. Quieren amedrentarnos, es una discriminación hacia nuestro Presidente, se ha puesto en riesgo la vida del Presidente‘, denunció el canciller boliviano David Choquehuanca durante una conferencia de prensa en La Paz.
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http://www.bolpress.com/art.php?Cod=2013070203
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