EL – APN - Lusa
O Partido da
Renovação Social (PRS, oposição), acusou hoje em Luanda a existência de
"assassínios seletivos" na província da Lunda Norte e divulgou
imagens de alegadas violações de direitos humanos naquela região do norte de
Angola.
A acusação foi
feita em conferência de imprensa pelo secretário-geral do PRS, Benedito Daniel,
que garantiu a entrega na próxima semana ao presidente do parlamento das provas
documentais que o partido alega possuir.
Depois de recordar
episódios anteriores que caracterizou como casos de "repressão
política", Benedito Daniel acusou o regime angolano de multiplicar depois
da independência, em 1975, "as execuções sumárias e seletivas, torturas
físicas e psicológicas".
Citou, como
exemplos, o assassínio de mais de 80 mil pessoas "em reação ao suposto
golpe de estado de 27 de maio de 1977 e os "massacres" do período
pós-eleitoral de 1992.
"Permanentemente,
o regime usa o quadro de violência preventiva, intimidatória e desmobilizadora
ao nível da grande massa da população, através dos organismos de censura, de
filtragem política, de vigilância e prevenção policial ou pelos aparelhos de
enquadramento político-ideológico do quotidiano, da família, da escola, dos
lazeres, do trabalho", acusou.
Para o PRS, quarto
partido mais representado, com três deputados entre os 220 que integram a
Assembleia Nacional, "os dias que correm estão caracterizados por uma
clara situação de insegurança, medo, incertezas, instabilidade social, dor para
muitas famílias angolanas".
"Estamos cercados
por acontecimentos que tocam o país e o comovem, em resultado de atos afastados
do bem e da moral, atos que atacam gravemente a dignidade humana, a nossa
dignidade humana, a dignidade humana do angolano", acrescentou.
A conferência de
imprensa foi convocada para apresentar dados do assassínio de mulheres na Lunda
Norte, que esteve na origem da realização de uma manifestação no passado dia 15
de junho na localidade de Cafunfo, e que segundo o PRS não está a ser
devidamente investigada e tratada pelas autoridades judiciais e policiais.
Assim, com datas e
nomes, o PRS apresentou uma lista de 15 mulheres, vítimas mortais de violação e
mutilação dos órgãos genitais para alegadas práticas de feitiçaria e
relacionadas com o garimpo de diamantes, entre o dia 20 de novembro de 2009 e
07 de maio passado.
No total, Benedito
Daniel fixou em 578 o número de assassínios seletivos, desde 2003, na região do
município de Cuango, Lunda Norte, e acrescentou que no mesmo período 1.275
pessoas "ficaram com alguma deficiência como consequência de torturas e
espancamentos".
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