LEONETE BOTELHO e NUNO SÁ LOURENÇO - Público
Guerra interna no
PS se houver acordo com Governo, prevê ex-Presidente
Sucedem-se os
socialistas que argumentam que o principal partido da oposição não pode fazer
um acordo com esta maioria. Seguro convocou comissão política para esta
quinta-feira.
Os alertas chegam
dos mais variados lados. Um acordo com a direita resultaria numa guerra interna
no PS, com o fundador e antigo Presidente da República Mário Soares a assumir
essa leitura. É por isso que Soares está convencido de que não vai haver
qualquer acordo tripartido para um "compromisso de salvação
nacional". "Tenho a certeza que não vai haver acordo entre o PS e a
direita do Governo, porque isso ia criar uma cisão no PS e só iria beneficiar o
PCP", afirmou o ex-Presidente da República ao PÚBLICO.
Soares revelou ainda que, nos dois últimos dias, "tem havido um conjunto
de pessoas do PS que [o] têm procurado a dizer que saem do partido, se houver
acordo". Por isso, sublinha: "Não pode haver acordo nenhum."
Outro histórico socialista, Manuel Alegre, veio a público revelar – na
quarta-feira, através do jornal i – a garantia do actual
secretário-geral que não faria "nenhuma cedência" ao PSD e CDS para
conseguir um acordo. Para ambos, em causa está a defesa dos princípios
basilares do PS: eleições antecipadas, renegociação do memorando e apoio ao
crescimento e emprego. O PÚBLICO sabe que, na semana passada, o processo
negocial tripartido e a eventualidade de um acordo foram alvo de uma conversa
entre Seguro, Soares e Alegre. E ali Seguro terá garantido que não cederia nos
princípios e valores do PS.
Leia mais na edição
impressa do PÚBLICO desta quinta-feira.
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