sábado, 6 de julho de 2013

Portugal – Sondagem: ESQUERDA COM 56% NO PARLAMENTO. PSD BATE MÍNIMOS



Pedro Raínho – Jornal i

PS, PCP e BE reúnem a maioria mais alargada desde o início do barómetro. Intenção de voto no PSD é agora de 23,7%

Há três meses que o PS vem reconquistando a preferência dos eleitores, que tinha perdido em Abril. Uma recuperação que anda a par da instabilidade que se acentuou entre os parceiros de coligação. No barómetro i/Pitagórica deste mês, o partido regressa à casa dos 34% das intenções de voto com que - somando os 13,2% atribuídos ao PCP e os 8,9% do BE - lidera a margem mais segura conseguida pela esquerda parlamentar até ao momento. Do outro lado da linha, a direita recua para a sua votação mais fraca de sempre - juntos, PSD e CDS ficam um ponto abaixo dos socialistas.

A sondagem foi realizada entre os dias 28 de Junho e 2 de Julho - coincidiu, por isso, com os primeiros episódios da mais recente (e aguda) crise política no seio da coligação. Para já, é o PSD quem mais se ressente. Os sociais-democratas marcam em Junho uma nova linha vermelha de impopularidade, ao recolher 23,7% das intenções de voto. São quase menos 2% que no último mês, altura em que o partido tinha, também aí, assinalado uma nova marca negativa (com 24,5% dos votos).

O CDS continua a sua caminhada descendente rumo ao resultado negro atingido no primeiro barómetro, em Outubro de 2012 (quando não foi além dos 8,3%). Este mês, os centristas recolhem 9,1% das preferências dos eleitores. Mas o barómetro não reflectirá ainda as ondas de choque da demissão de Paulo Portas, dado que esta coincide já com a recta final do inquérito.

ESQUERDA DOMINA PARLAMENTO

O PS ainda não consegue vislumbrar no horizonte os 36,7% de intenções de voto que o partido conseguiu reunir em Março deste ano, muito menos a maioria absoluta por si só. Veio o congresso em Abril e, por essa altura, os socialistas caíram para os 28,6%. Os últimos meses têm sido de recuperação, com os socialistas a chegarem agora aos 33,9% - a confirmar-se o resultado, seria preciso que o PS se coligasse para chegar à maioria dos deputados no hemiciclo. Para este resultado contribuem em particular os eleitores do sexo masculino, entre os 35 e os 54 anos, da classe média.

Por seu lado, o PCP continua a afirmar-se como a terceira força política em Portugal - cenário que vem ganhando expressão desde o mês de Janeiro. E agora com uma nova confiança recolhida junto dos eleitores, que atribuem ao partido 13,2% das preferências - o melhor resultado dos comunistas até ao momento.

Porém, em sentido contrário ao da restante esquerda e do centro-esquerda parlamentar, o BE afunda-se nos resultados. Desde o início que os bloquistas têm quase sempre rondado os 9% das preferências dos inquiridos, mas são agora lançados do melhor resultado que tinham atingido no barómetro (9,4% em Maio) de volta para os 8,9%.

NÃO SEI OU NÃO VOTO

A relativizar de forma acentuada estes resultados surgem dois dados importantes: o primeiro é a percentagem de eleitores que admitem estar ainda indecisos quanto ao sentido de voto que adoptariam, caso as eleições legislativas se realizassem hoje. São 34,2% dos 503 inquiridos ouvidos no barómetro, aqueles que dizem não conseguir escolher os seus representantes. A tomada de decisão poderia influenciar (e inverter) significativamente o resultado final das votações.

O segundo dado é a abstenção. É significativa a percentagem de abstencionistas confessos, que neste barómetro oscilam entre os 40,2% e os 49,2%.


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