quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Moçambique: GOVERNO E RENAMO ESTÃO HOJE EM MAIS UMA RONDA DE DIÁLOGO

 

MMT – MLL - Lusa
 
O Governo moçambicano e a Renamo realizam hoje a 16.ª ronda negocial, um dia antes do fim da sessão extraordinária do parlamento, que não recebeu nenhuma proposta do maior partido da oposição sobre a revisão pontual do pacote eleitoral.
 
A Assembleia da República afirma que as matérias arroladas para a presente sessão extraordinária, que arrancou há duas semanas, se esgotaram, à exceção do pacote eleitoral, matéria que está agendada, mas sem qualquer projeto de revisão.
 
Caso não haja um entendimento sobre a matéria nesta 16.ª ronda de discussão entre o executivo e a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição do país poderá não participar nas eleições municipais de 20 de novembro, disputadas em 53 autarquias, para as quais não se inscreveu.
 
Desde dezembro, as partes discutem a paridade nos órgãos eleitorais, mas, ao fim de 15 reuniões, a delegação governamental, chefiada pelo ministro da Agricultura, José Pacheco, decidiu encerrar o debate e passar para outros pontos de agenda, nomeadamente a desmilitarização da Renamo.
 
O maior partido da oposição do país condiciona a submissão do documento a um entendimento político com o Governo da Frelimo, que detém a maioria no parlamento.
 
A Renamo considera que um acordo político permitiria que os 191 deputados da bancada parlamentar da Frelimo votassem a sua proposta de paridade exclusiva na Comissão Nacional de Eleições (CNE) e no Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), sugestão que não é aceite pelo partido no poder.
 
Na terça-feira, o porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, Arnaldo Chalaua, remeteu ao Presidente moçambicano, Armando Guebuza, a definição de um caminho a seguir, para que o impasse seja resolvido.
 
"Cabe ao chefe de Estado o caminho que este país deve seguir. Nós estamos preparados nesse ´dossier` e apenas esperamos o acordo político para depositarmos a nossa proposta no parlamento e merecer debate e aprovação. Mais do que isso, a bancada não pode fazer absolutamente nada, porque dependemos das negociações", disse aos jornalistas Arnaldo Chalaua.
 
Mas o Presidente moçambicano assegurou que as autoridades governamentais vão continuar a trabalhar em sede de diálogo "para convencer a Renamo a não ficar de fora do processo eleitoral".
 
"Só podemos fazer isso, não podemos forçar", afirmou Armando Guebuza em declarações à imprensa na província de Tete, onde realiza uma Presidência Aberta.
 

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