sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Angola: “FAST FOOD” É CÁ COM A RAPAZIADA QUE AJUDA PORTUGUESES A ENRIQUECER

 


Folha 8 – 7 setembro 2013 – edição 1158
 
Tal como na cerveja, ou no vinho, o mer­cado angolano de “fast food” continua em alta. A Ibersol, por exem­plo, registou no primeiro semestre deste ano, ven­das de 78,4 milhões de eu­ros, valor que representa uma queda total de 2%. No entanto, se não fossemos nós o trambolhão teria sido de 6%.
 
E se assim é, a Ibersol não está com meias medidas e prepara-se para abrir por cá duas novas lojas KFC (Kentucky Fried Chicken). Por outras palavras, dois restaurantes da cadeia de “fast food” desta empresa facturaram 3,3 milhões de euros nos primeiros seis meses, quase tanto como as 18 que o grupo detém em Portugal.
 
O lucro da Ibersol em Por­tugal caiu 16,5% para 691 mil euros no primeiro semestre em relação ao período ho­mólogo de 2012. O volume de negócios consolidado do grupo português de res­tauração ascendeu a 80,4 milhões, 1,6% abaixo dos 81,6 milhões de euros no período homólogo de 2012, o que reflecte a diminuição do consumo de restauração nos centros comerciais, onde funcionam a maioria das lojas da Ibersol.
 
Segundo o comunicado da empresa, o Burger King foi o conceito do grupo com uma evolução mais positi­va com ganhos acentuados de quota no segundo tri­mestre. Em contrapartida, a Pizza Hut foi negativa­mente afectada pelo com­portamento do segmento de entregas ao domicílio, que manteve a tendência negativa do segundo se­mestre de 2012.
 
A Ibersol, que também gere a Pizza Hut e o Burger King em Portugal, regis­tou uma queda global nas receitas de 2% para 78,38 milhões de euros. No en­tanto, o negócio do grupo em Angola impediu uma descida mais expressiva. “Sem a actividade em An­gola as vendas teriam re­duzido em 6,1%”, lê-se no documento.
 
Um dos restaurantes KFC está no aeroporto de Luan­da e, na sua página oficial no Facebook, é referido que esta foi a primeira ca­deia de restaurantes ame­ricana a chegar ao país, em 2012. A facturação de 3,3 milhões de euros está, aliás, em linha com as ex­pectativas da Ibersol.
 
Portugal e Espanha pe­nalizaram as contas da empresa, com quedas de receitas 6,8% e 4,4%, res­pectivamente. No merca­do português, as vendas foram de 54,46 milhões de euros e foi a Pizza Hut que mais contribuiu para este resultado (facturou quase 22 milhões de euros). De todos os restaurantes que gere (e onde se incluem também o Pasta Caffé e O’Kilo), o Burger King foi o único que não caiu. Con­seguiu até aumentar as vendas em 1,7% para 9,48 milhões de euros.
 
“A desaceleração da que­bra do consumo de restau­ração dos últimos dois me­ses e uma operação estável em Angola permitiu uma recuperação do volume de negócios do grupo que, no segundo trimestre, atingiu o mesmo nível do verifica­do no período homólogo de 2012”, refere a empresa.
 
A abertura há pouco mais de um ano do primeiro restaurante em Angola faz parte, segundo a em­ presa, de uma estratégia de expansão da KFC para África, que tem como ob­jectivo estar presente em 20 países.
 
“A nossa presença em África surge em linha com o potencial de crescimen­to dos países africanos. En­quanto líder de mercado, estamos muito entusias­mados com o potencial de Angola e com a possibili­dade de oferecer aos ango­lanos o melhor frango que só nós sabemos confeccio­nar”, afirmou na altura da inauguração Bruce Layzell, Director Geral KFC para os Novos Mercados Afri­canos.
 
Na mesma altura, António Pinto de Sousa, Adminis­trador do Grupo Ibersol e PCA da Ibersol Angola, explicou que a “entrada da KFC em Angola tem vindo a ser estudada há cerca de quatro anos, na sequência de um convite formulado pela Yum, a proprietária da marca.”
 
E, acrescentou: “O com­promisso que assumimos é o de implementar o con­ceito de acordo com as melhores práticas interna­cionais, através de jovens quadros angolanos, de­vidamente treinados por forma a poderem evoluir para as diferentes funções da empresa.”
 
Tratou-se de um investi­mento então avaliado em cerca de 5 milhões de dóla­res, repartido pelas unida­des Drive thru Aeroporto (para compras realizadas a partir do interior do veí­culo), e a unidade no Belas Shopping.
 
Para os menos familiari­zados com o conceito, a especialidade da cadeia, fundada em 1939 pelo americano Harland San­ders (cujo rosto surge no logótipo) é o frango frito (reza a lenda que a receita é secreta), acompanhado com batatas fritas feitas no momento. Mas a KFC tam­bém serve outras refeições ligeiras tais como hambúr­gueres, sanduíches, sala­das e sobremesas. O preço dos produtos vai desde os 350 aos 1500 kwanzas, mas pode chegar a 5 mil kwan­zas se o cliente optar por uma refeição familiar.
 
Aproveitando a vanta­gem de ainda não ter a mais séria concorrência (McDonald’s e Subway) a fazer estragos, já existem restaurantes KFC no Gana, Zâmbia, Quénia, Malawi, Tanzânia, Uganda, RDC e Madagáscar.
 
Desde os anos 90 que a indústria de “fast food” é acusada, há quem diga que injustamente, de promo­ver a obesidade. Filmes como “Fast Food Nation”, de 2002, e “Super Size Me”, de 2004, alinham nes­sa cruzada.
 

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