A comentadora da
TVI24, Constança Cunha e Sá, lançou, ontem à noite, na antena daquela estação
televisiva, várias farpas à conduta do Executivo de Pedro Passos Coelho,
designadamente no que às relações com a troika diz respeito. Ao mesmo tempo, a
comentadora política, disse estranhar a aparente proximidade entre o
vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, e a ministra das Finanças, Maria Luís
Albuquerque, quando esta última esteve na origem do pedido de demissão
“irrevogável” do então ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.
“Nós vimos este
Verão que os dados que foram pedidos parcialmente pelo FMI ou que foram
enviados parcialmente pelo Governo, a verdade é que não reflectiam a quebra de
salários que existia em Portugal. Portanto dá a ideia que há umas ligações
obscuras e promíscuas entre a troika e o Governo português, e que o Governo se
serve da troika e que a troika se serve do Governo”. A afirmação pertence a
Constança Cunha e Sá, que falava ontem na antena da TVI24, comentando o périplo
pelas instituições que compõem a troika iniciado pelo vice-primeiro-ministro,
Paulo Portas, e pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.
Aliás, lembrando as
“posições extremadas" dos dois governantes, Constança Cunha e Sá
assinalou: “Gostava de saber se Maria Luís Albuquerque já se converteu às teses
de crescimento de Paulo Portas ou se foi o contrário”. E prosseguiu a
comentadora, “quando eu fui de férias as posições eram extremadas. (...) Como
eu não vi nenhum deles recuar em relação a ponto nenhum (...) não consigo
perceber como é que esta trindade de repente se vai dar tão bem em relação a
divergências profundas que existiam no seio da coligação”.
“Qual é a política,
a estratégia do Governo? Quer promover o emprego, o crescimento? Ou quer
continuar com uma política de austeridade, como sugere o corte de 4.700 milhões
de euros que ainda estamos à espera que se concretize”, questionou Constança
Cunha e Sá.
Aliás, em seu
entender, “o simples facto de o resultado das negociações ser apresentado só a
seguir às eleições [autárquicas] mostra que, de facto, não vem aí nada de bom e
que o Governo não está em condições de explicar o que é que, no fundo, pretende
do País”.
“Ora, sem isso, não
vale a pena andar depois em guerras soltas com o Tribunal Constitucional”,
observou a comentadora, concretizando: “Porque essas guerras, que depois o
Governo inventa, são no fundo uma consequência da falta de rumo, da falta de
estratégia, da falta de política que o Governo tem. E é uma forma de disfarçar
o fracasso das políticas”.
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