segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Moçambique: Gabinete Central de Combate à Corrupção investiga Tribunal Administrativo

 


De acordo com Ana Maria Gemo, directora do GCCC
 
O País (mz)
 
O Tribunal Administrativo (TA) terá violado as suas próprias funções jurisdicionais. O artigo 4 da sua lei orgânica diz, na sua alínea b, que compete ao TA “fiscalizar a legalidade das despesas públicas e a respectiva efectivação da responsabilidade por infracção financeira...”
 
O Gabinete Central de Combate à Corrupção diz estar a investigar as contas do Tribunal Administra­tivo, na sequência do alegado escândalo financeiro naquele órgão fiscalizador da Conta Ge­ral do Estado, despoletado se­mana passada, pelo semanário Savana.
 
Ana Maria Gemo, directora do Gabinete Central de Com­bate à Corrupção (GCCC), diz que a sua instituição já está a trabalhar no sentido de apurar a veracidade dos factos, os tipos de ilicitudes patentes e respon­sabilizar os infractores.
 
“Estamos atentos a todos os casos que são denunciados, quer através dos cidadãos que se apresentam aqui no Gabi­nete Central de Combate à Corrupção, quer através dos órgãos de comunicação social, quer através de exposições (…). E, quando a informação nos é apresentada, recolhemos to­dos os dados necessários para ver se aquela denúncia corres­ponde ou corresponderá a um processo-crime”, disse Gemo para, logo depois, garantir que este procedimento está a ser observado no caso do Tribunal Administrativo.
 
“Estamos a recolher toda a in­formação e, em seguida, iremos avaliá-la para concluirmos se estamos em sede de um ilícito criminal ou estamos em sede de outro tipo de ilicitudes, como é o caso de ilícitos financeiros”, disse a directora do GCCC.
 
Ana Maria Gemo assegurou que o trabalho nesse sentido já foi iniciado e, nos próximos dias, far-se-á a análise dos da­dos que estão a ser recolhidos pela equipa de investigação.
 
Recorde-se que o caso foi des­poletado semana passada pelo semanário Savana, que denun­ciou um buraco financeiro de cerca de 170 milhões no Tribu­nal Administrativo.
 
O Jornal citava um relatório de auditoria externa feita por uma empresa de nome Deloitte & Touche, referente ao exer­cício económico de 2012, que detectou graves problemas de gestão naquele Tribunal.
 
Trata-se de problemas que vão desde a adjudicação directa de contratos públicos, pagamentos antecipados a fornecedores de bens e serviços, distribuição de subsídios indevidos à auto-con­tratação dos gestores de topo como consultores no próprio Tribunal Administrativo.
 
No total, são cerca de 170 milhões de meticais que, de acordo com auditoria em refe­rência, se acham malparados nas contas do Tribunal Admi­nistrativo.
 
Há referir que o Tribunal Administrativo é o órgão su­perior da hierarquia dos tribu­nais administrativos, fiscais e aduaneiros. E, das suas várias atribuições, cabe-lhe fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura orçamental dos actos e contratos do Estado.
 
GCCC TRAMITOU 599 PROCESSOS SÓ DE JANEIRO A JUNHO DESTE ANO
 
O Gabinete Central de Com­bate à Corrupção diz que o nú­mero de funcionários públicos responsabilizados civil ou cri­minalmente tende a aumentar nos últimos anos. Só de Janeiro a Junho do ano em curso, fo­ram tramitados 599 processos contra funcionários de compor­tamentos desviantes. Em igual período do ano passado, foram 509 processos instaurados. Des­te número de processos, 395 são de corrupção e 204 de des­vio de fundos.
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Estou extremamente agastada com a justiça e a igualdade dos cidadãos moçambicano. Temos muitos funcionários dos Estado Moçambicano que fazem uso desse privilégio para fazer lavagem de dinheiro através de agiotagem. A minha indignação e porque é que os funcionários do estado podem praticar o agiotagem? Temos funcionários nos tribunais, nos círculos dos bairros e em vários outros. Porque estes funcionários fazem uso do cargo para praticar esta acção?







Será que os funcionários tem esse direito, já que e o que tem acontecido muito.



Temos por exemplo o Sr. Manufe Benito Pagula, BI 080102580227B, com contacto 827502642 da cidade de Inhambane, Assessor Jurídico em Inhambane, grande agiota. O que mais faz. De onde veio tanto dinheiro? Quanto um Assessor recebe para fazer esta prática? Este cidadão usa o privilégio de ser funcionário do Estado para extorquir dinheiro das pessoas, uso agentes do estado para ajudar a ameaçar as pessoas. Confiamos nesta instituição para fazer justiça no entanto temos pessoas na instituição que fazem uso dela como se fosse sua propriedade e fazem suas próprias justiças. De onde vem a lavagem de dinheiro? De onde vem o suborno nos tribunais? Ai esta a fonte.







Acredito que vocês têm capacidade e são idóneos suficientes para fazer uma investigação.







Se for feita uma investigação vocês viram que tem muito mais gente do aparelho do estado que deviam dar o exemplo, no entanto são os piores. Crimes organizados, onde começam?



Onde esta a lei para estes funcionários?



Onde devemos fazer este tipo de denúncias? Para quem devemos mandar e ter este assunto resolvido?

Mais lidas da semana