Martinho Júnior,
Luanda
1 – Com notícia de 4 de Setembro do mês corrente a Rádio Luanda deu a conhecer:
“Albina Assis lança Gestão Sustentável do Petróleo Angolano, Estudo Comparativo Angola/ Noruega.
A engenheira Albina Assis, lançou, terça-feira, 03/09/13, o livro Gestão Sustentável do Petróleo Angolano, Estudo Comparativo Angola/ Noruega, noticiou a Rádio Luanda.
De acordo com Alves da Rocha, que fez a apresentação do livro, no auditório da Universidade Católica de Angola, (UCAN) o livro de vertente científico é um contributo para garantir o futuro das próximas gerações da nossa terra.
O livro da engenheira Albina Assis equaciona o desenvolvimento sustentável, de uma maneira, que nós temos que começar a encarar, aproveitar o petróleo para garantir uma serie de coisas, no futuro, garantir boas condições às gerações futuras, portanto, é um livro que, as universidades, nas disciplinas da economia do ambiente e sustentabilidade, vão ter que incorporar”, afirmou.
Por seu turno, a autora da obra, afirma que a sustentabilidade proporciona a renovação, e reutilização dos recursos provenientes do petróleo à geração futura.
A sustentabilidade é criar coisas que se renovam, e que dão possibilidades de serem utilizadas pelas gerações presentes e futuras”, salientou”.
2 – É deveras salutar os dirigentes angolanos preocuparem-se com a sustentabilidade das iniciativas, tendo em conta as estratégias que deverão nortear as acções no presente em relação aos cuidados e prevenções que devem ser equacionados a pensar nas realizações do futuro.
Uma das formas de em contradição com essa intenção a contrariar, é deixar em mãos de privados a exploração dos recursos de petróleo e de gás, mesmo que ao estado seja reservado o papel fiscalizador; nesse caso um assunto de carácter tão estratégico seria compartido com outros, que iriam contribuir ainda mais para o “reforço” de muitas das vulnerabilidades existentes.
Entregar um papel fiscalizador neste momento ao estado angolano em matéria de gás e de petróleo, proporcionando ao mesmo tempo a privados a sua exploração, será mais uma fórmula para se aumentarem os índices de corrupção e de mercenarismo, num processo descaradamente elitista!
A opinião de entregar a privados a exploração do petróleo angolano terá sido emitida pela engenheira Albina Assis, conforme o que noticiou um arauto do modelo neo liberal de globalização, o jornal Expansão!
Ainda não tive a possibilidade de ler o seu livro lançado no auditório da Universidade Católica, um livro publicado por uma entidade que já foi Ministra dos Petróleos e é profunda conhecedora de muitas questões, entre elas, as questões relacionadas com a exploração, gestão, comercialização e reserva do petróleo e do gás angolanos, todavia suspeito que a preocupação por mim apresentada na minha curta intervenção sob o título de “Colapso na estratégia do petróleo em Angola”, de acordo com uma visão estratégia nacionalista sobre o tema, tenha sequer sido abordada.
É possível que o que lá se diz, conforme a onda que atinge Angola, uma onda própria da doutrina de choque conforme ao que com tanta propriedade tem sido diagnosticado por Naomi Klein, ser bonançoso e bem agradável para os interesses das multinacionais anglo-saxónicas e do cortejo de seus seguidores, incluindo alguns angolanos que se perfilham no carácter das novas elites que começam a tutelar os destinos do país.
3 – Desse modo entre as muitas questões que ficam em aberto há duas que me parecem pertinentes:
- Como alguma vez se poderão equacionar políticas de desenvolvimento sustentável, quando falham, em relação à organização da gestão de reservas de petróleo e de gás, as políticas tão urgentes e necessárias de salvaguarda dum produto tão essencial à vida de Angola agora e durante as próximas décadas?
- Como alguma vez será possível a organização de reservas estratégicas de petróleo e de gás, sem o empenho directo do estado angolano e entregando o “serviço” a privados?
Esperemos que o livro da engenheira Albina Assis, uma nacionalista que deu a sua contribuição ao movimento de libertação em África, não seja mais um daqueles que, desta feita, seja para “chinês, americano, inglês, canadiano, ou norueguês ver”!
Por todas as razões e como sou angolano, admito a possibilidade de voltar ao tema depois daquilo que for possível ver!
Foto: A engenheira Albina Assis, nacionalista e profunda conhecedora dos assuntos relacionados com o petróleo e com o gás angolanos. Uma professora sob exame.
A consultar:
- Albina Assis diz que SONANGOL não devia explorar petróleo – http://expansao.sapo.ao/noticias/nacional/detalhe/albina_assis_diz_que_sonangol_nao_devia_explorar_petroleo
- Albina Assis lança Gestão Sustentável do Petróleo Angolano, Estudo Comparativo Angola/ Noruega – http://www.rna.ao/radioluanda/noticias.cgi?ID=77703
- Lançada obra sobre a gestão sustentável do petróleo angolano – http://www.diarioangolano.com/index.php/economia/171-petroleo-e-minerais/4017-lancada-obra-sobre-gestao-sustentavel-do-petroleo-angolano
- SONANGOL Notícias – http://www.sonangol.co.uk/wps/wcm/connect/c4e116004764dc5f9637f71aeced2400/Jun2010.pdf?MOD=AJPERES
4 comentários:
UMA PEDRADA NO CHARCO!
É oportuno levantarem-se todas as possíveis interrogações em relação ao petróleo e ao gás angolanos, por que os embustes têm sido constantes: não se sabe e onde acabam a publicidade das grandes companhias, a propaganda oficial e os serviços dos média que prestam vassalagem aos grandes interesses.
Este artigo é uma pequena pedrada no charco e abre-se a muito mais interrogações.
À DESCOBERTA DE
WIKILEAKS - TAKO KONING - STATFOR:
Question from STRATFOR
Released on 2013-02-13 00:00 GMT
Email-ID 5043777
Date 2010-06-22 09:54:46
From Tako.Koning@tullowoil.com
To mark.schroeder@stratfor.com
Mark;
I am sure there will be some exchanges signed related to culture,
petroleum, etc. Of course Angola knows a lot more about oil than does
Ghana where the Jubilee field was discovered only two years ago.
Angola is frequently signing these petroleum exhange agreements, i.e.
cooperation in the area of oil with India, Venezuela, Sao Tome, etc. The
way I see it is that although Angola is a major oil producer, the very
experienced Angolans are few and far between, there are not many available
to go to places like Ghana and teach them about petroleum technology and
legislation. So i don't think a lot comes out of these exchanges. In
fact, in the case with Sonangol, their people are fairly young and
inexperienced and extremely busy not just with projects in Angola but also
in the many countries where they are now active like Iraq, Ecuador,
Brazil, Cuba, Gabon, Nigeria, possible bid round in Sao Tome & Principe,
in Gulf of Mexico with Cobalt. So I don't know who is doing all of the
work there....I do know they use a lot of foreign consultants to help them
out.
Cheers
Tako
From: Mark Schroeder [mark.schroeder@stratfor.com]
Sent: Monday, June 21, 2010 8:05 PM
To: Tako Koning
Subject: RE: question from STRATFOR
Hi Tako:
Many thanks for your thoughts. I guess Sonagol's accounts are healthy
enough to finance this project themselves. Keeping it under domestic
control makes sense as it gives them the option of using the product for
domestic and export markets.
On a different note, are you hearing anything about Sonagol wanting to
make a play in Ghana? I'm sure it'll be up for discussion when the two
presidents meet.
My best,
--Mark
From: Tako Koning [mailto:Tako.Koning@tullowoil.com]
Sent: Thursday, June 17, 2010 3:43 AM
To: Mark Schroeder
Subject: RE: question from STRATFOR
Mark;
Well, you probably know all of this already.....but originally the Chinese
were going to build the refinery. Then Sonangol cancelled the deal with
the Chinese. Amazingly enough, when the news came out, an issue which was
never addressed in the deal was where the refined products would be going,
and the Chinese insisted that a lot of it would go to China and Sonangol
insisted that they would have control over that issue so then the deal was
cancelled.
It is now KBR who is building the refinery and it is presumably financed
entirely by Sonangol. I was at a dinner last night and talked with the
Indian ambassador and he said that India is keen to get involved in the
upstream end in Angola but they were not interested in the refinery
project, mainly due to their perception of the economics of the project.
I would certainly agree with that, refining is barely economic these days
so why would an Indian national oil company or any oil company want to get
involved in a refinery in Angola.
Cheers
Tako
...
https://wikileaks.org/gifiles/docs/5043777_re-question-from-stratfor-.html
HÁ ANGOLANOS QUE ACREDITAM EM MILAGRES!
Os consultores de petróleo estrangeiros ao "serviço" do estado angolano serão as pessoas indicadas para o efeito?
Depois das denúncias de espionagem que afectam o Brasil, não será que são os mesmos interessados no pré-sal angolano?
Há angolanos que acreditam em milagres e pelos vistos, SÃO MUITO BEM PAGOS PARA TAL.
Onde estudaram e quem pagou os estudos dos filhos da Dr. Albina Assis?
Para quê e por quê?
OS ANGOLANOS MERCENÁRIOS DO PETRÓLEO QUEREM FAZER NO PRÉ SAL DE ANGOLA O QUE SE FAZ NO BRASIL!
LÁ HÁ CONTESTAÇÃO NO CONTRADITÓRIO, EM ANGOLA ESTÁ-SE À MERCÊ DO "DIKTAT" DOS INTERESSES DO IMPÉRIO!
ESTA ASSIS "ASSISTE-O"!!!
Caminho soberano: o petróleo tem que ser nosso!
18 de outubro de 2013 |
Categoria:: Brasil,Destaques,Vídeos |
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Caminho soberano, o novo documentário da campanha “O Petróleo Tem Que Ser Nosso”. Prévia do documentário que tem depoimentos de políticos, especialistas, dirigentes sindicais, estudantes e nacionalistas que defendem a exploração 100% nacional dos campos do pré-sal.
A campanha a favor do Brasil e contra os leilões das jazidas de petróleo. Patrocinado pelo SINDIPETRO-RJ e pela AEPET. Informações: www.apn.org.br
http://averdade.org.br/2013/10/soberano-petroleo/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+averdadepravda+%28Jornal+A+Verdade%29
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