O prémio Nobel da
Paz de 1996, José Ramos-Horta, enviou uma carta ao diplomata brasileiro Eduardo
Paes Saboia, e elogiou a sua "coragem" por organizar a operação de
fuga do senador Roger Pinto Molina da Bolívia.
Na carta,
Ramos-Horta considera Saboia um mártir, informou a Agência Brasil. Além disso,
compara o brasileiro com o cônsul de Portugal em Bordéus, Sousa Mendes, que,
nos anos 1940, salvou cerca de 30 mil judeus da perseguição nazi.
Saboia, que era
encarregado de negócios na embaixada da Bolívia, está a ser investigado por uma
comissão do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
O diplomata afirmou
ser o responsável pela operação que retirou Pinto Molina da Bolívia, após o
senador ter ficado 15 meses refugiado na embaixada do Brasil, mas não recebeu
um salvo-conduto para poder deixar o país.
O episódio culminou
na demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Pinto Molina
é acusado de ter cometido crimes de corrupção e facilitação de tráfico de droga
na Bolívia, mas alega que as acusações fazem parte de uma perseguição política.
Ramos-Horta
afirmou, na carta, que acompanha os desenvolvimentos do caso e que sabe que
"o Brasil não recebe ninguém na sua embaixada sem justa causa".
Na semana passada,
uma missão de ministros bolivianos foi ao Brasil para apresentar ao Ministério
da Justiça do país os documentos sobre os processos contra Molina. O senador
tem um depoimento marcado para hoje perante a Justiça brasileira.
Lusa
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