O Parlamento da
Guiné-Bissau rejeitou hoje a proposta de lei de amnistia para os autores do
golpe de estado de abril de 2012, após uma discussão de mais de quatro horas,
anunciou o presidente do hemiciclo, Sori Djaló.
Segundo Djaló, a
lei de amnistia, proposta pelo governo de transição, não passou porque não
obteve maioria absoluta, tal como recomenda o regimento do parlamento - que
requer que projetos como o de uma amnistia tenham maioria absoluta no universo
total de 100 deputados da Assembleia Nacional Popular, para serem aprovados.
Ou seja, segundo
explicou, dos 72 deputados na sala, 40 votaram a favor da proposta de lei, 25
contra e sete abstiveram-se, mas a lei precisava de 51 votos, tendo em conta o
total de 100 deputados.
Florentino Mendes
Pereira, secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS, líder da
oposição) e presidente em exercício do grupo parlamentar daquela força
política, referiu que este "é um processo normal em democracia".
"O PRS não
coloca de parte a hipótese de voltar a analisar este projeto de lei",
defendeu Florentino Pereira, frisando que a amnistia aos autores do golpe de
estado vai ao encontro da reconciliação nacional.
Antes da votação,
os deputados debateram durante mais de quatro horas o projeto de lei, tendo
vários intervenientes questionado a pertinência da amnistia aos autores do
golpe, sem que se saiba quem são.
Alguns deputados
reclamaram mesmo a presença no parlamento desses autores para pedirem desculpas
públicas ao país.
A maioria dos
deputados que questionaram a lei é da bancada do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo (PAIGC, que estava no poder até ao golpe), tendo
quase todos perguntado quem são os militares e civis a serem amnistiados.
O deputado Vítor
Naneia afirmou que, caso fossem revelados os nomes dos autores do golpe de
estado, a Guiné-Bissau e os guineenses passavam a saber "de uma vez por
todas" quem são os políticos que instigam os militares a tomar o poder.
"Não posso
aceitar que em plena democracia haja políticos e partidos políticos que apoiam
golpes de Estado", observou Naneia, cuja posição foi defendida pelos
deputados Djana Sane, Basílio Walu, Adja Sara e Inácio da Silva.
Alguns deputados da
bancada do PAIGC também afirmaram que não compreendiam a lei da amnistia,
dizendo que visava apenas "perdoar" os autores do golpe, sem prever
qualquer tipo de medida para com aqueles que foram tirados do poder pela ação
protagonizada pelos militares a 12 de abril de 2012.
Lusa
2 comentários:
NAO TENHAM MEDO TODOS SAO PROTEGIDOS PELO GENRAL PRESIDENTE E DO SEU PRIMEIRO MINISTRO DABA NA WALNA NADA VOS ACONTECERA. CONTINUEM SEMPRE NOS VOSSOS CRIMES. NAO RISQUEM NADA. E A GUINE BISSAU UMA REPUBLICA DE KIN KONS
muitos nao estao de acordo com as criticas do comandante Pedro Pires. eu ouvi muito e segui com muita atençao todos os discursos e reaçoes de alguns compatriotas. Pedro Pires tinha razao de lamentar a triste historia dos nossos militares. Hoje o Antonio Indjai ganhou porque o Bubo foi preso e toda agente sabia que o Bubo se preparavo os seus contra o Antonio Indjai. Os que estao contra o discurso de PP. Eu pergunto,noa havera mais um golpe militar em guine bissau?
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