quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Protesto em Madri responsabiliza governo por onda de suicídios em função de despejos

 

Opera Mundi, São Paulo
 
Espanhóis se reuniram na porta da estatal responsável por desapropriar de suas casas pessoas em débito financeiro
 
Amparo (o sobrenome está sob sigilo da Justiça) recebeu na semana passada uma carta do governo da Espanha comunicando que ela seria despejada de sua casa. Sob pressão, a espanhola, mãe de seis filhos, moradora de Madri, se suicidou. O episódio causou indignação em bairros populares ao redor do país. Até que, nesta quarta-feira (18/09), dezenas de pessoas resolveram protestar na cidade contra a onda de suicídios provocada pelos despejos em massa do governo.
 
A manifestação aconteceu na frente da EMVS (sigla em espanhol para Empresa Municipal de Moradia e Solo), estatal responsável por desapropriar imóveis de pessoas em débito financeiro. “Não são suicídios. São assassinatos”, bradaram os manifestantes, que acenderam velas e fizeram um minuto de silêncio em homenagem à Amparo.
 
Segundo informações da agência Telesur, Amparo devia ao sistema financeiro apenas 900 euros. Ela chegou a negociar a dívida com a EMVS por alguma vezes, mas teve sua demanda negada. O desfecho final foi o comunicado da estatal notificando para esta semana a data do despejo.
 
“Essas (os protestos) são as nossas armas e não toleramos nenhum outro despejo”, afirmou a jornalista Ana Botella, que representou o grupo Indignados no protesto.
 
Segundo a imprensa local, Amparo vivia com o marido, três filhos - ainda menores de idade - e dois netos. Todos sob sua responsabilidade. Até o momento, não há uma posição oficial do governo espanhol sobre o caso.
 

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