terça-feira, 29 de outubro de 2013

É do interesse de Frelimo e Renamo que não haja eleições” em Moçambique – MDM

 


Daviz Simango presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e da autarquia da Beira, denunciou hoje a existência de uma "Frenamo", coligação de Frelimo e Renamo, "com o objetivo de combater" o seu partido no período pré-eleitoral.
 
"É do interesse comum destes partidos que não haja eleições", disse hoje Simango, numa entrevista à Lusa, na Beira, capital da província de Sofala, no centro de Moçambique.
 
"Não faz sentido que haja negociações ou diálogos entre os dois principais partidos, que não vão ceder nas suas posições, para que não haja eleições", disse.
 
"É do interesse destes partidos que não haja eleições", acrescentou Davis Simango.
 
A Frelimo, no poder, e a Renamo, principal partido da oposição, mantêm, há meses, reuniões inconclusivas, sobre a questão da segurança e dos órgãos eleitorais.
 
Na última semana, o exército ocupou a base da Renamo, onde se encontrava o seu líder, Afonso Dhlakama, que continua "em parte incerta".
 
O MDM, uma dissidência da Renamo, tem nove deputados, de entre 250, e governa as câmaras da Beira, segunda cidade do país, e de Quelimane, a quarta, os únicos municípios que não são detidos pela Frelimo, quando Moçambique se prepara para novas eleições autárquicas, em 20 de novembro.
 
No entanto, os recentes confrontos entre o exército governamental, e homens armados da Renamo relegaram para segundo plano as eleições e, a 22 dias da sua realização, não são visíveis sinais de campanha eleitoral.
 
"Há todas as condições para a realização das eleições", defendeu Daviz Simango, recordando que o MDM vai, pela primeira vez, concorrer a uma votação para municípios.
 
O presidente do MDM foi eleito para a autarquia da Beira, nos dois mandatos anteriores, como candidato da Renamo, antes de ter cindido com este partido, e Manuel de Araújo tornou-se no edil de Quelimane em eleições intercalares, em 2011.
 
"Queremos manter a Beira e Quelimane e vamos ganhar mais municípios", previu Simango, filho de um dos fundadores da Frelimo, Uria Simango, mais tarde caído em desgraça e alegadamente fuzilado, com a mulher, no período pós-independência.
 
LAS // PJA – Lusa – foto António Silva
 

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