Daviz Simango
presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e da autarquia da
Beira, denunciou hoje a existência de uma "Frenamo", coligação de
Frelimo e Renamo, "com o objetivo de combater" o seu partido no
período pré-eleitoral.
"É do
interesse comum destes partidos que não haja eleições", disse hoje
Simango, numa entrevista à Lusa, na Beira, capital da província de Sofala, no
centro de Moçambique.
"Não faz
sentido que haja negociações ou diálogos entre os dois principais partidos, que
não vão ceder nas suas posições, para que não haja eleições", disse.
"É do
interesse destes partidos que não haja eleições", acrescentou Davis
Simango.
A Frelimo, no
poder, e a Renamo, principal partido da oposição, mantêm, há meses, reuniões
inconclusivas, sobre a questão da segurança e dos órgãos eleitorais.
Na última semana, o
exército ocupou a base da Renamo, onde se encontrava o seu líder, Afonso
Dhlakama, que continua "em parte incerta".
O MDM, uma
dissidência da Renamo, tem nove deputados, de entre 250, e governa as câmaras
da Beira, segunda cidade do país, e de Quelimane, a quarta, os únicos
municípios que não são detidos pela Frelimo, quando Moçambique se prepara para novas
eleições autárquicas, em 20 de novembro.
No entanto, os
recentes confrontos entre o exército governamental, e homens armados da Renamo
relegaram para segundo plano as eleições e, a 22 dias da sua realização, não
são visíveis sinais de campanha eleitoral.
"Há todas as
condições para a realização das eleições", defendeu Daviz Simango,
recordando que o MDM vai, pela primeira vez, concorrer a uma votação para
municípios.
O presidente do MDM
foi eleito para a autarquia da Beira, nos dois mandatos anteriores, como
candidato da Renamo, antes de ter cindido com este partido, e Manuel de Araújo
tornou-se no edil de Quelimane em eleições intercalares, em 2011.
"Queremos
manter a Beira e Quelimane e vamos ganhar mais municípios", previu
Simango, filho de um dos fundadores da Frelimo, Uria Simango, mais tarde caído
em desgraça e alegadamente fuzilado, com a mulher, no período
pós-independência.
LAS // PJA – Lusa –
foto António Silva
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