O líder da
Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição
moçambicana, Afonso Dhlakama, está cercado na sua base em Sadjundjira, centro
do país, pelo exército moçambicano, refere o canal privado STV.
A emissora mostrou
carros de combate equipados com canhões e blindados transportando soldados das
Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), estacionados nos principais
acessos à base, onde Afonso Dhlakama se reinstalou em outubro do ano passado,
em protesto contra a alegada ditadura da Frente de Libertação de Moçambique
(Frelimo), partido no poder.
Segundo o canal, os
homens armados da Renamo, que até quinta-feira guarneciam um perímetro de até
30 quilómetros ao redor da base, fugiram e juntaram-se ao líder do movimento.
As FADM montaram
três postos de controlo em Sadjundjira, revistando todas as pessoas que entram
e saem da base e ordenaram a retirada da população, adianta a STV.
O canal aponta que
os militares que cercam a base de Afonso Dhlakama têm ordens para atacar o
local, caso os homens da Renamo ataquem as FADM.
O cerco da base
onde vive o líder do principal partido da oposição sinaliza uma escalada na
tensão político-militar em Moçambique, a mais grave desde a assinatura do
Acordo Geral de Paz (AGP), em 1992, que pôs termo a 16 anos de guerra civil,
opondo a antiga guerrilha da Renamo e o Governo da Frelimo.
A atual crise foi
originada pela recusa da Renamo em participar nas eleições autárquicas de 20 de
novembro, em boicote à não inclusão do princípio da paridade na composição dos
órgãos eleitorais, aos quais acusa de favorecerem a Frelimo.
PMA // MLL - Lusa
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