quarta-feira, 23 de outubro de 2013

LULA DÁ AULAS EM LISBOA JUNTO DE EMPERTIGADOS E FALSÁRIOS PORTUGUESES

 


Lula da Silva diz que o FMI “nunca resolveu nenhum problema”
 
Ex-Presidente esteve em conferência com António Pires de Lima, Miguel Relvas e José Sócrates. O ex-Presidente do Brasil, Lula da Silva, disse nesta terça-feira aos jornalistas em Lisboa que os empresários brasileiros podiam ter investido mais do que os chineses em Portugal e avisou que o FMI nunca é solução para as crises económicas.
 
“Eu penso que o FMI nunca resolveu nenhum problema. Ou seja, muitas vezes o FMI empresta dinheiro a um país, que ao receber o dinheiro paga a dívida de outros bancos e o prejuízo fica com a parte pobre da população que trabalha. Sempre foi a assim e sempre será assim”, disse Luiz Inácio Lula da Silva, antes do início de uma conferência promovida pelo grupo Odebrecht.
 
Ressalvando que tem sempre “muito cuidado” quando fala da “política de outros países”, porque já não é chefe de Estado, Lula da Silva, quando questionado pelos jornalistas sobre a crise económica e financeira em Portugal, afirmou que o Brasil devia ter investido mais no país.
 
“Nós vimos Portugal a privatizar algumas empresas importantes e os chineses compraram coisas que poderiam ter sido empresários brasileiros, em parceria com empresários portugueses. De qualquer forma, estas crises, que acontecem, são cíclicas e são sempre oportunidades para a gente fazer coisas diferentes do que a gente vinha fazendo”, sublinhou o ex-chefe de Estado do Brasil.
 
Lula da Silva acredita que os dois países podem fazer muito mais, criticou os dados “insignificantes” da balança comercial entre Portugal e o Brasil, recordou os investimentos portugueses na área do turismo, mas considera que as relações podem intensificar-se.
 
“No futuro, Portugal e Brasil têm de fazer aquilo que não fizeram no passado. Ou seja, estreitar ainda mais as suas relações. Não basta sermos irmãos. Não basta sermos duas pátrias irmãs. É preciso que a gente transforme essa irmandade – Brasil e Portugal – na geração de riqueza, parceria entre empresários e construção de salários. Fazer com que o progresso seja a razão maior da nossa aliança. Há uma nova oportunidade”, afirmou Lula da Silva.
 
Para o ex-Presidente brasileiro, Portugal e Brasil têm um potencial que considera extraordinário para estabelecer trabalhos “em terceiros países”, sobretudo em África, referindo que o programa aprovado pela União Africana e que prevê investimentos para os próximos 40 anos nas áreas da reconstrução e edificação deve ser aproveitado.
 
“Portugal e Brasil poderiam trabalhar juntos na construção de projectos em África, nos países, sobretudo, de língua portuguesa. Poucos países têm a oportunidade e a chance de construir, fazer investimentos e fazer desenvolver África. Eu penso que é isso que tem de acontecer daqui para a frente e se não aconteceu até agora eu acho que nós não precisamos de ficar lamentando o que não aconteceu. É tentar fazer a partir de amanhã aquilo que não aconteceu hoje e ontem”, concluiu Lula da Silva.
 
A conferência promovida pela Odebrecht foi marcada para hoje no Palácio da Ajuda, em Lisboa, marcando presença, entre outros, o ministro da Economia, António Pires de Lima, Miguel Relvas, ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo, e o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates.
 
O grupo brasileiro de construção civil Odebrecht participa actualmente no projecto do aproveitamento hidroelétrico do Baixo Sabor e esteve envolvido nas obras da ponte Vasco da Gama, Gare do Oriente, Metro de Lisboa e Barragem do Alqueva.
 
”Negação da politica contribui para o fracasso da democracia" - Lula da Silva
 
O ex-Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, em Lisboa, que "a negação da política contribui para o fracasso da democracia".
 
Na apresentação do livro do ex-primeiro-ministro português, José Sócrates, no Museu da Eletricidade, Lula deixou "uma palavra sobre o que se está a passar" no Brasil.
 
Admitindo "a surpresa das pessoas" face aos protestos dos movimentos sociais no Brasil, numa altura em que o país cresce, Lula da Silva justificou-os com o facto de as pessoas quererem "manter o ‘status’ adquirido".
 
Para o ex-chefe de Estado, foi "normal" que o povo brasileiro tomasse as ruas para reivindicar melhores condições de vida.
 
"Tem muita gente democrata que não gosta de ver o povo na rua", lamentou, pedindo "coragem para defender a política, porque fora da política não há saída para melhorar a vida de qualquer pessoa no mundo".
 
Enumerando uma lista extensa das "conquistas" dos seus governos, Lula da Silva alertou que "quando a direita tem medo de perder o poder, ela começa a induzir a sociedade a não gostar da política" e defendeu que é preciso "politizar a juventude", concluindo: "Se ninguém presta para você, entre você na politica."
 
Lusa da Silva falava durante a apresentação do livro "A confiança no mundo, sobre a tortura em democracia" (editado pela Babel), do ex-primeiro-ministro José Sócrates, tendo também a seu lado o ex-Presidente português Mário Soares
 
SBR (PMF) // HB - Lusa
 
Foto Nelson Almeisa, AFP - em Público
 
Título PG
 

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