Deutsche Welle
Dia 7 de outubro
comemora-se o dia Internacional da habitação. Uma manifestação que queria
celebrar a data foi impedida pela polícia angolana. De acordo com a
organizadora da marcha, usou-se mentiras para a impedir.
Em Angola, uma
manifestação antecipada para celebrar o dia Internacional da Habitação foi
impedida pelas autoridades angolanas. De acordo com a SOS Habitat, organizadora
da marcha, o Governo de Luanda socorreu-se de mentiras e artimanhas de forma
premeditada para impedir a manifestação.
"Até agora não sabemos porquê mas nós cumprimos com todos os requisitos necessários que contém na nossa Constituição que diz que o cidadão ou as organizações sempre que precisam fazer uma manifestação ou uma marcha devem comunicar ao Governo Provincial de Luanda e isto foi feito isso", diz Rafael Morais, coordenador da SOS Habitat.
Esta organização não-governamental (ONG) angolana e as comunidades lesadas pelos constantes desalojamentos decidiram celebrar a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) no último sábado dia 5, com uma manifestação de sensibilização ao Governo angolano, mas este não lhes quis dar ouvidos.
"O Governo Provincial de Luanda mentiu à sociedade"
"Até agora não sabemos porquê mas nós cumprimos com todos os requisitos necessários que contém na nossa Constituição que diz que o cidadão ou as organizações sempre que precisam fazer uma manifestação ou uma marcha devem comunicar ao Governo Provincial de Luanda e isto foi feito isso", diz Rafael Morais, coordenador da SOS Habitat.
Esta organização não-governamental (ONG) angolana e as comunidades lesadas pelos constantes desalojamentos decidiram celebrar a data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) no último sábado dia 5, com uma manifestação de sensibilização ao Governo angolano, mas este não lhes quis dar ouvidos.
"O Governo Provincial de Luanda mentiu à sociedade"
De acordo com o
coordenador da SOS Habitat a realização de uma prova de ciclismo no local onde
deveria acontecer a manifestação, foi a justificação apresentada pelas
autoridades de Luanda para impedir os planos da ONG. "Não aconteceu a tal
prova de ciclismo. O Governo Provincial de Luanda mentiu à sociedade e mentiu à
SOS Habitat, no sentido de mais uma vez impedir um ato que está plasmado na
Constituição", afirma Morais.
Esta ONG garante
que respeitou os prazos exigidos pela lei para a submissão do pedido de
manifestação ao Governo de Luanda. O pedido deu entrada a 27 de setembro e a
resposta deveria ter sido dada 24 horas depois, mas tal só veio no dia 4, um
dia antes da manifestação. Para Rafael Morais a resposta tardia foi
propositada:
"Na nossa comunicação vão os nossos números de telefone e e-mails" que permitiria ter recibo a resposta com antecedência.
"Na nossa comunicação vão os nossos números de telefone e e-mails" que permitiria ter recibo a resposta com antecedência.
Detenção "premeditada"
E mais factos se
juntam a esta tentativa de impedimento da manifestação. Rafael Morais e outras
pessoas foram interpeladas pela polícia de Viana quando se dirigiam ao local da
concentração e levados à esquadra. E com isso foi abortada a manifestação. Os
motivos da detenção não fazem sentido, de acordo com o coordenador, que vai
mais longe ao considerar que ela foi premeditada.
As autoridades
justificaram-se dizendo que os veículos que detinham "estão num grupo de
viaturas que estão a ser procuradas pela polícia porque foram roubadas" e
explica que pela maneira que foram interpelados pelas autoridades "dava
ideia que alguém estava à espera da nossa viatura" e explica que muitos
outros carros que passaram não foram parados. Pelo comportamento da polícia
Rafael Morais diz que deveriam previamente ter "a matrícula do carro,
todas as diretrizes da viatura e estavam à nossa espera", afirma o
coordenador da ONG.
Entretanto, a SOS
Habitat vai manifestar-se contra a atitude e decisão do Governo de Luanda, mas
de outra forma.
"Nós estamos a
preparar uma conferência de imprensa para amanhã (08.10)" para informar a
sociedade do sucedido, adianta Morais. Querem apresentar a sua "indignação
sobre o comportamento do Governo Provincial de Luanda". Avança que querem
marcar audiência com o Governador Provincial de Luanda para os próximos 15
dias, e também com o vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de
Angola (MPLA). Este, conta ainda que membros do partido do MPLA tentaram
dissuadir a sociedade a participar na marcha, um comportamento que segundo ele
visa "desinformar as comunidades".
Na foto: Jovens
angolanos que vivem na rua
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