quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Moçambique: GOVERNO NEGA INCLUSÃO DE TROPAS ESTRANGEIRAS EM SATUNJIRA

 

Almiro Mazive, em Satunjira

Satunjira (Moçambique), 23 Out (AIM)
O Ministro moçambicano da Defesa, Filipe Nyussi, assegurou hoje, em Satunjira, que a ocupação Segunda-feira última da base da Renamo que funcionava neste ponto do Posto Administrativo de Vunduzi, em Sofala, foi da única e exclusiva responsabilidade das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

Falando a jornalistas na base de Satunjira, onde o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, viveu por pouco mais de um ano, até a passada Segunda-feira, Nyussi disse não ser verdade o que alguma imprensa tem noticiado, associando o sucesso da operação com a presença de tropas especiais internacionais.

Alguns cépticos não acreditam, por exemplo, que a ocupação da base sem
banho de sangue tenha sido obra do exército moçambicano.

Não houve banho de sangue porque não era esse o nosso propósito, disse Nyussi, reiterando que é missão das FADM desactivar toda e qualquer tentativa de colocar em risco a soberania moçambicana.

Passamos por aqui para os jornalistas verem quem são os que lideraram esta operação. Não vimos nenhum militar estrangeiro aqui. Todos eles são moçambicanos, afirmou Nyussi.

Um alto oficial das FADM disse que o único local onde houve duas mortes e sete detidos, por parte dos homens armados da Renamo, foi duranteos confrontos que culminaram com a queda da posição estratégica de Mucoza, a 17 de Outubro (Quinta-feira passada). Os jornalistas também visitaram este local, onde permanecem intactas as casernas usadas pelos homens da Renamo.

Segundo a fonte militar, a bandeira da Renamo que se encontrava içada naquela posição foi entregue a Saimone Macuiane, deputado e líder do grupo da Renamo que tem vindo a dialogar com o governo a volta da tensão politica engendrada pela própria Renamo.

Ao longo do percurso para Satunjira foi notório que a presença das FADM está a devolver paz e tranquilidade às populações locais.

Parte da população que tinha abandonado as suas casas está, paulatinamente, a regressar as suas residências e a retomar suas actividades.

Nesta mesma curta visita a antiga base da Renamo e residência de Dhlakama foi possível ver, nas proximidades, camponeses nas machambas e outros cidadãos transportando os seus haveres, de regresso as suas casas.

O próprio Ministro disse, no contacto com os jornalistas, que
como puderam ver, a vida está a recomeçar e algumas populações já estão a abandonar os esconderijos de regresso as suas casas.

Nyussi, que deixou evidente que desconhece o paradeiro do líder da Renamo, disse que apesar disso o governo vai continuar a enviar a sua delegação para o diálogo com esta formação, que normalmente decorre, a cada segunda-feira, no Centro de Conferências Joaquim Chissano.

Não sei se haverá algum desinteresse por parte da Renamo, mas o governo sempre estará la, assegurou.

Na ex-base de Dhlakama, em Satunjira, continuam intactas as palhotas em que ele vivia e outras que estrategicamente foram construídas por baixo de árvores. Esta estratégia, segundo os militares, visa dificultar visualização mesmo em operações aéreas. Outras cabanas, incluindo a que acolheu, recentemente, a conferência nacional de quadros da Renamo, foram destruídas.

Naquele mesmo sítio, os jornalistas reconheceram algumas peças de vestuário de Afonso Dhlakama, abandonadas durante a fuga. Ainda se acredita que ele refugiou-se na serra de Gorongosa.

Centenas de bandeiras, incluindo a que se supõe ser um protótipo do que será a futura bandeira deste movimento militarizado, foram abandonadas na base.

A retirada da perdiz e de setas, que corporizam a actual bandeira, é a principal novidade do novo símbolo também encontrado no local.

(AIM) mz/DT

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