quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Moçambique: TENSÃO MILITAR MONOPOLIZA MANCHETES NA IMPRENSA DO PAÍS

 


A tensão militar causada pelo assalto à base da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, e a incerteza gerada pela fuga do líder do movimento para parte desconhecida polariza as manchetes de hoje da imprensa moçambicana.
 
Afonso Dhlakama, alguns colaboradores próximos e a sua guarda pessoal abandonaram na segunda-feira o acampamento onde o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) vivia há mais de um ano, no centro do país, devido a um ataque do exército moçambicano ao local.
 
Pelo segundo dia consecutivo após a investida do exército a Sandjunjira, os jornais moçambicanos dão destaque à tensão militar mais grave que Moçambique enfrenta desde o Acordo Geral de Paz (AGP) de 1992, que acabou com 16 anos de guerra entre a Renamo e o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
 
"Não há declaração de guerra no país", é a manchete do principal diário do país, o Notícias, que puxou para título uma afirmação de Edson Macuácuá, porta-voz do Presidente moçambicano, Armando Guebuza.
 
Com a afirmação usada em parangonas no Notícias, jornal próximo do Governo, Edson Macuácuá rejeita a ideia de que o ataque a Sandjunjira sinaliza o reinício da guerra em Moçambique.
 
Também o diário O País faz capa com a situação militar, recorrendo para título a uma citação de Armando Guebuza: "Forças Armadas não podem ficar paradas" face aos ataques da Renamo, justificando a incursão do exército como "legítima defesa".
 
Na segunda página, o diário escreve que "Renamo reage e ataca comando da polícia em Marínguè", numa alusão a uma incursão dos homens armados do principal partido da oposição à vila do distrito de Marínguè, no centro do país.
 
Pelo mesmo diapasão alinha o semanário Canal de Moçambique, mas numa perspetiva diferente, com uma manchete sobre a alegada condenação a 19 anos de prisão de Amade Hassane, o comandante da Força de Intervenção Rápida, a unidade antimotim da polícia moçambicana, envolvido no assalto à base da Renamo.
 
"Traficante de haxixe comanda FIR em Sandjunjira", escreve o Canal de Moçambique, lembrando o envolvimento de Amade Hassane num processo de "roubo" de droga do comando provincial da polícia em Inhambane, sul de Moçambique, que havia sido apreendida pela polícia.
 
O diário online Mediafax também dá realce à tensão política no país e abre com o título "Ataques (da Renamo) a locais diferentes começam a criar desnorte nas Forças de Defesa e Segurança" e continua com o tema na segunda notícia mais importante da edição, através do título "Guebuza fala de paz e Dhlakama continua desaparecido".
 
Lusa
 
Leia em PG opinião sobre a situação em Moçambique
 
Leia em PG tudo sobre Moçambique - use a ligação dos países lusófonos junto ao cabeçalho
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana