sábado, 23 de novembro de 2013

Angola - CASA-CE: Mais de 100 dirigentes e militantes ainda estão detidos em Luanda

 


Pelo menos 126 dirigentes nacionais e militantes de base da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) continuam detidos em várias esquadras de Luanda, disse hoje à Lusa um dos vice-presidentes do partido.
 
Lindo Bernardo Tito salientou que entre os detidos se encontra Américo Chivukuvuku, irmão de Abel, líder do partido e motivo da confusão gerada no seio daquele que é o segundo maior partido da oposição em Angola, ao indicar previamente que tinha sido este a ser detido pela polícia durante a madrugada.
 
As detenções ocorreram quando várias brigadas formadas por dirigentes e militantes da CASA-CE se espalharam pela cidade para colar cartazes a denunciar o rapto e homicídio, há cerca de ano e meio, dos ex-militares Alves Kamulingue e Isaías Cassule.
 
Entre os incidentes registado então, e conforme disse Abel Chivukuvuku à Lusa, o dirigente Wilbert Ganga, da Juventude Patriótica, ala juvenil do partido, foi morto por efetivos da Unidade de Guarda Presidencial.
 
Lindo Bernardo Tito acrescentou à Lusa que além de Américo Chivukuvuku, membro do Secretariado Executivo Nacional com a pasta da mobilização, foi detido outro dirigente nacional: Xavier Jaime, também membro daquele órgão em que tem a direção do Gabinete Técnico.
 
O número exato de detidos ainda não está contabilizado em virtude de representantes da direção da CASA-CE estarem a percorrer uma a uma as diversas esquadras de Luanda.
 
"No total, saíram 180 militantes e dirigentes para a colagem dos cartazes e, até agora, apenas confirmamos a manutenção em liberdade de 30%. Os outros estão espalhados por várias esquadras", salientou Bernardo Tito.
 
Aquele dirigente da CASA-CE disse que o partido deverá fazer nas próximas horas uma declaração sobre estes acontecimentos.
 
Um dirigente da coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) terá sido morto hoje de madrugada em Luanda, segundo a direção do partido, mas a polícia não confirmou a informação.
 
Os cartazes serviam de protesto contra o desaparecimento dos ex-militares Alves Kamulingue e Isaías Cassule, raptados há ano e meio em Luanda quando preparavam uma manifestação antigovernamental e cuja morte resultante do rapto foi admitida em comunicado pela Procuradoria Geral da República de Angola, que acrescentou então terem sido feitas quatro detenções.
 
O rapto e a alegada morte dos dois ex-militares esteve na origem de uma manifestação convocada para hoje em Luanda pelo maior partido da oposição, UNITA, entretanto proibida pelas autoridades e que redundou na intervenção da polícia angolana, que efetuou disparos para o ar e utilizou granadas de gás lacrimogéneo para inviabilizar a iniciativa da UNITA.
 
Lusa
 

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