Pelo menos 126
dirigentes nacionais e militantes de base da coligação eleitoral Convergência
Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) continuam detidos em várias esquadras de
Luanda, disse hoje à Lusa um dos vice-presidentes do partido.
Lindo Bernardo Tito
salientou que entre os detidos se encontra Américo Chivukuvuku, irmão de Abel,
líder do partido e motivo da confusão gerada no seio daquele que é o segundo
maior partido da oposição em Angola, ao indicar previamente que tinha sido este
a ser detido pela polícia durante a madrugada.
As detenções
ocorreram quando várias brigadas formadas por dirigentes e militantes da
CASA-CE se espalharam pela cidade para colar cartazes a denunciar o rapto e homicídio,
há cerca de ano e meio, dos ex-militares Alves Kamulingue e Isaías Cassule.
Entre os incidentes
registado então, e conforme disse Abel Chivukuvuku à Lusa, o dirigente Wilbert
Ganga, da Juventude Patriótica, ala juvenil do partido, foi morto por efetivos
da Unidade de Guarda Presidencial.
Lindo Bernardo Tito
acrescentou à Lusa que além de Américo Chivukuvuku, membro do Secretariado
Executivo Nacional com a pasta da mobilização, foi detido outro dirigente
nacional: Xavier Jaime, também membro daquele órgão em que tem a direção do
Gabinete Técnico.
O número exato de
detidos ainda não está contabilizado em virtude de representantes da direção da
CASA-CE estarem a percorrer uma a uma as diversas esquadras de Luanda.
"No total,
saíram 180 militantes e dirigentes para a colagem dos cartazes e, até agora,
apenas confirmamos a manutenção em liberdade de 30%. Os outros estão espalhados
por várias esquadras", salientou Bernardo Tito.
Aquele dirigente da
CASA-CE disse que o partido deverá fazer nas próximas horas uma declaração
sobre estes acontecimentos.
Um dirigente da
coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) terá
sido morto hoje de madrugada em Luanda, segundo a direção do partido, mas a
polícia não confirmou a informação.
Os cartazes serviam
de protesto contra o desaparecimento dos ex-militares Alves Kamulingue e Isaías
Cassule, raptados há ano e meio em Luanda quando preparavam uma manifestação antigovernamental
e cuja morte resultante do rapto foi admitida em comunicado pela Procuradoria
Geral da República de Angola, que acrescentou então terem sido feitas quatro
detenções.
O rapto e a alegada
morte dos dois ex-militares esteve na origem de uma manifestação convocada para
hoje em Luanda pelo maior partido da oposição, UNITA, entretanto proibida pelas
autoridades e que redundou na intervenção da polícia angolana, que efetuou
disparos para o ar e utilizou granadas de gás lacrimogéneo para inviabilizar a
iniciativa da UNITA.
Lusa
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