A polícia angolana
aconselhou hoje a UNITA, maior partido da oposição, a desistir da manifestação
que convocou para o próximo sábado em Luanda para protestar "contra a
repressão".
O comissário
Aristófanes dos Santos, que falava à imprensa no final de uma longa reunião de
duas horas entre a direcção da UNITA, o ministro do Interior, Ângelo Veiga, e o
Comandante Geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, justificou o conselho
com a pretensão do MPLA, partido no poder, de se manifestar também sábado na
capital angolana.
Do lado da UNITA, o
seu porta-voz, Alcides Sakala, disse que a direcção do partido "vai
reflectir" sobre o conselho da Polícia Nacional e que dará a sua resposta
"nas próximas horas".
A convocação da
manifestação, anunciada no passado dia 15 pela UNITA, vem na sequência do
comunicado divulgado dois dias antes pela Procuradoria-Geral da República (PGR)
de Angola sobre quatro detenções relacionadas com o rapto e provável homicídio
de dois ex-militares.
Os dois
desaparecidos, presumivelmente mortos, como assumiu a PGR no comunicado, são os
ex-militares Isaías Cassule e Alves Kamulingue, raptados na via pública, em
Luanda, a 27 e 29 de Maio de 2012, quando tentavam organizar uma manifestação
de veteranos e desmobilizados contra o Governo de José Eduardo dos Santos.
Também dois dias
depois do comunicado da PGR, o chefe do serviço de Inteligência e de Segurança
do Estado (SINSE) de Angola, Sebastião Martins, foi demitido do cargo por José
Eduardo dos Santos.
Sebastião Martins
acumulava aquele cargo com o de ministro do Interior quando os dois
ex-militares foram raptados.
Os motivos da
exoneração não foram revelados, mas presume-se que estejam relacionados com o
alegado envolvimento de agentes do SINSE na presumível morte de Isaías Cassule
e Alves Kamulingue.
Lusa / Agora
Sem comentários:
Enviar um comentário