quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Portugal - Vasco Lourenço: Governantes "ou saem a tempo ou vão ser corridos à paulada"

 


Lisboa, 21 nov - O "capitão de Abril" Vasco Lourenço avisou hoje os governantes de que, "ou saem a tempo, ou vão ser corridos à paulada", à entrada para a conferência promovida pelo antigo Presidente da República Mário Soares, em Lisboa.
 
"É preciso acabar com esta situação miserável que o país está a viver. Já há bastante tempo que venho dizendo que o poder foi assaltado por uma bando de mentirosos, corruptos. É preciso acabar com isso. Eles ou saem enquanto têm tempo ou qualquer dia, como dizia há uns dias em Alcaçovas, vão ser corridos à paulada, se não for pior", afirmou o antigo militar.
 
À entrada para a Aula Magna da reitoria da Universidade de Lisboa, onde vai decorrer a conferência "Em defesa da Constituição, da Democracia e do Estado social", Vasco Lourenço frisou que tem vindo a repetir este alerta "há mais de três anos".
 
"Também não quero a violência de maneira nenhuma. Agora, não me parece possível que o país, que o povo português, continue a aguentar o que está a aguentar por muito mais tempo", declarou.
 
Silva Pereira: "Estamos em legítima defesa colectiva da Constituição"
 
O deputado socialista Pedro Silva Pereira afirmou hoje que os participantes na conferência promovida por Mário Soares estão em legítima defesa coletiva da Constituição e criticou a passividade do Presidente da República.
 
Pedro Silva Pereira, que foi o braço direito do ex-primeiro-ministro José Sócrates, fez estas declarações à entrada para a conferência "Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado social", na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa e que teve o ex-Presidente da República Mário Soares como principal promotor.
 
"Defender a Constituição neste momento já não é apenas defender o Estado social, mas também defender o Estado de Direito. Estamos aqui em legítima defesa coletiva da Constituição perante a agressão das políticas do Governo", declarou o ex-ministro da Presidência.
 
Questionado sobre se concorda com Mário Soares quando este pede a demissão de Cavaco Silva, Pedro Silva Pereira respondeu: "Esperava que o Presidente da República fosse mais ativo a defender a Constituição".
 
Sampaio apela a esforço de congregação num quadro de legitimidade
 
O ex-Presidente da República Jorge Sampaio apelou hoje a um esforço sério e responsável de congregação nacional para permitir, num quadro político de legitimidade democrática renovada, superar os actuais bloqueios e "a desesperança" em relação ao futuro.
 
Esta posição consta na mensagem que o ex-chefe de Estado enviou à conferência "Em Defesa da Constituição, da Democracia e do Estado Social", que teve como principal impulsionador o ex-Presidente da República Mário Soares.
 
Segundo Sampaio, em momentos de profunda crise, como o que Portugal atravessa, "a comunidade precisa de uma base sólida de valores, de princípios, de referências e de grandes objectivos que reforcem o espírito de pertença a uma história e a um destino comum, que forneçam coesão a um tecido social frágil e em risco de desagregação e, sobretudo, que permitam construir um projecto de esperança e de futuro".
 
"Num Estado de Direito democrático essa base é a Constituição", referiu.
 
Para o ex-Presidente da República, o conjunto de valores da Constituição "interpela [os cidadãos] enquanto apelo qualificado a um esforço sério e responsável de congregação nacional que permita, num quadro político de legitimidade democrática renovada, superar o bloqueio e a desesperança que ameaçam o futuro coletivo".
 
"A defesa da Constituição e de um patriotismo constitucional assente sobre os princípios de justiça social e sobre os direitos fundamentais que ela consagra impõe-se-nos, nos dias difíceis que vivemos, como dever cívico e imperativo de consciência democrática. Falo de uma Constituição viva, aplicada como norma jurídica no dia a dia, atualizada e renovada na interpretação legítima dos tribunais e do Tribunal Constitucional, que em última análise a garante", acrescenta Jorge Sampaio.
 
Lusa, em Notícias ao Minuto
 

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