Sol
Wilberte Ganga,
militante da CASA-CE, foi morto a tiro na madrugada deste sábado, 23,
supostamente por elementos da Unidade da Segurança Presidencial (USP). A
notícia foi confirmada ao SOL pelo secretário provincial adjunto da coligação
em Luanda, Alexandre Dia dos Santos ‘Libertador’.
A vítima foi
surpreendida na madrugada a colar panfletos da CASA-CE de repúdio pelo suposto
assassínio de Alves Kamolingue e Isaías Cassule - numa altura em que uma
manifestação da UNITA no mesmo sentido, igualmente marcada para este sábado,
fora proibida pelo Ministério do Interior.
Na sequência da
morte de Wilberte, foram detidos Abel Chivukuvuku, presidente da CASA-CE,
entretanto já solto, e vários outros membros da coligação, com destaque para
Leonel Gomes, deputado à Assembleia Nacional, que ainda estão detidos na 9ª
esquadra policial do Sambizanga, de acordo com a mesma fonte.
Contactado pelo
SOL, via telefone, Leonel Gomes confirmou a sua detenção: “Neste momento,
contando com jovens e dirigentes da coligação, estamos detidos 67 elementos, 21
dos quais estão na esquadra do Sambizanga”, afirmou. E garantiu que Ckivukuvuku
esteve detido, ao contrário das informações veiculadas pela Polícia. “Confirmo
que o presidente esteve detido”, garantiu.
Samakuva apela à
desistência
Informado dos
tumultos no local da manifestação, com forte aparato policial e o lançamento de
gás lacrimogénio, vendo-se helicópteros a descer tão baixo que levantavam a
poeira do chão, para dispersar os manifestantes, o presidente da UNITA, Isaías
Samakuva, apelou à desmobilização, dizendo: “Com o MPLA não se negoceia;
regressem às vossas casas, mas não andem sozinhos, andem acompanhados”.
A manifestação
visava repudiar as supostas mortes de Alves Kamolingue e Isaías Cassule,
activistas raptados a 27 de Maio do ano passado, na sequência de uma
manifestação de antigos combatentes e veteranos da pátria.
Com início marcado
para às 9 horas, na zona do cemitério da Santa Ana, junto à estrada de Catete e
o Comando Provincial de Luanda, tinha como destino o largo da Mutamba, na baixa
de Luanda, com término marcado para as 16h00. Depois de desmobilizar, ainda se
ouviam grupos dispersos gritando palavras de ordem como: “Abaixo a ditadura!,
“32 é muito!” ou “Queremos os ossos do Alves Kamolingue e Isaías Cassule!”.
Entretanto,
exceptuando o local da manifestação, a vida em Luanda prosseguia tranquila,
como em qualquer outro sábado desta época do ano. No Mussulo ou em Cabo Ledo as
pessoas gozavam o sol e o mar.
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