quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CHINA ABRE “REPRESENTAÇÃO DE LIGAÇÃO” EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

 


A China decidiu abrir uma "representação de ligação" em São Tomé e Príncipe, país com o qual não tem relações diplomáticas, anunciou hoje o Governo são-tomense, que se congratulou com a decisão de Pequim.
 
Em declarações à agência Lusa, o ministro das Obras Públicas, Infraestruturas e Recursos Naturais são-tomense, Osvaldo Abreu, referiu que a abertura da representação de ligação foi formalizada na terça-feira, numa cerimónia fechada aos jornalistas.
 
O ministro referiu que abertura desta representação "enquadra-se nos interesses" de São Tomé e Príncipe, que mantém relações diplomáticas com Taiwan, cuja soberania é reclamada pela China.
 
"Este ato tem a ver com a salvaguarda dos interesses dos são-tomenses. Nós sabemos que a China tem sido o principal investidor no continente africano e um dos principais no mundo e nós não queremos ficar à margem desta avalanche de investimentos", disse o ministro, que representou o Governo na cerimónia.
 
Segundo a mesma fonte, participaram ainda no encontro dois assessores do Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, o presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social-Democrata (MLSTP-PSD), Jorge Amado, deputados e membros do Conselho de Estado.
 
"Fui manifestar o interesse do Governo em ter e reforçar esta ligação de cooperação empresarial entre São Tomé e Príncipe e a República Popular da China", disse o ministro, que se congratulou com o "desejo (da China continental) de cooperar nesta procura de parceiros para alavancar a economia" são-tomense.
 
Zhang Hanwu, antigo diplomata da China em Lisboa vai dirigir a ligação entre os dois países.
 
A ministra dos Negócios Estrangeiros. Cooperação e Comunidades, Natália Umbelina, realizou uma visita à China no mês passado, que não foi confirmada oficialmente por Pequim.
 
Por seu lado, o ministro do Plano e Finanças são-tomense, Hélio Almeida, que participou na IV Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), no início de novembro, como observador, referiu que São Tomé e Príncipe estava a "ponderar" reatar os contactos oficiais com Pequim.
 
"É uma questão que está ser devidamente ponderada. Aliás, o facto de estar aqui alguém do Governo [de São Tomé e Príncipe] é algo que é extremamente positivo", disse então aos jornalistas.
 
A China cortou relações diplomáticas com São Tomé e Príncipe, em 1997, quando o país africano estabeleceu contactos oficiais com Taiwan, a ilha onde se refugiou o antigo Governo chinês após a tomada do poder pelo Partido Comunista, há 64 anos, e que Pequim considera uma província chinesa e não uma entidade política soberana.
 
Lusa
 

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