quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DEPUTADOS DEFENDEM APOSTA NO ENSINO PORTUGUÊS EM MACAU

 


Macau, China, 07 nov (Lusa) - Deputados à Assembleia Legislativa de Macau defenderam hoje uma maior aposta no ensino do Português, face ao recente anúncio da criação na Região Administrativa Especial chinesa de três centros voltados para a cooperação com o universo lusófono.
 
"É necessário formar mais quadros qualificados bilingues nas línguas chinesa e portuguesa. Como em Macau existem poucos quadros destes, é necessário organizar mais cursos de formação em língua portuguesa, a fim de incentivar e prestar apoio aos estudantes e trabalhadores que estão a aprender a língua", defenderam Kou Hoi In e Cheang Chi Keong, numa intervenção antes da Ordem do Dia no plenário de hoje.
 
Os deputados - ambos eleitos por sufrágio indireto - referiam-se ao anúncio, que saiu da IV Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) de que vão ser criados três centros: um de serviços para as pequenas e médias empresas dos países de língua portuguesa, outro de distribuição e um versando o setor das convenções e exposições.
 
Neste sentido, para se coadunar com os futuros centros, "o Governo deve colaborar com os estabelecimentos de ensino, organizando, em conjunto, cursos sistematizados de língua portuguesa, ou até mesmo pensar em incluir essa disciplina no programa do ensino secundário complementar [10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade], a fim de se formarem mais quadros qualificados", apontou Kou Hoi In.
 
Esta foi uma das 20 intervenções antes da Ordem do Dia do plenário de hoje - o primeiro a ser transmitido em direto na televisão, o que apenas acontecia até aqui, aquando da presença do chefe do Executivo na assembleia.
 
A habitação foi, de resto, denominador comum a várias intervenções ou não fosse este, como sublinhou Si Ka Lon (eleito por sufrágio universal), "o assunto mais importante para a população e também a causa do descontentamento dos residentes das classes sociais mais baixas porque a política implementada pelo Governo para o controlo do mercado imobiliário não consegue resolver o desequilíbrio entre a oferta e a procura".
 
"Atualmente, a procura anual de habitação em Macau é cerca de 4.000 fogos, mas a sua oferta no mercado varia entre 1.000 e 1.500 fogos por ano, pelo que face à escassez "é natural o seu preço altíssimo", disse, ao apontar que, desde o início de 2007 até ao final de 2012, o preço da habitação quadruplicou, enquanto o aumento dos rendimentos da população não atingiu ainda o dobro.
 
A "diferença abismal" entre rendimentos e o preço dos imóveis também foi sinalizada por Ho Ion Sang, para quem "os residentes continuam a duvidar da determinação e competência do Governo". Já Wong Kit Cheng pediu uma revisão da legislação relativa ao arrendamento e Zheng Anting solicitou "medidas eficazes para controlar a subida dos já elevados preços dos imóveis".
 
Song Pek Kei, por seu turno, observou melhorias no 'hardware' da Saúde, perante o novo edifício do Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, mas notou a inexistência de planos a longo prazo no que toca ao 'software', sendo a falta de recursos humanos mais grave no setor de enfermagem.
 
Já Melinda Chan mostrou-se atenta ao facto de nos próximos seis meses expirarem vários contratos de concessão exclusiva em Macau - incluindo os de subconcessão do Aeroporto (dezembro) e o contrato da TV Cabo (abril de 2014).
 
"Proponho às autoridades que procedam a uma avaliação global dos serviços públicos de Macau, e das vantagens e inconvenientes dos contratos de concessão, e que iniciem os trabalhos preparativos com antecedência. Como (?) já não correspondem à realidade atual, as autoridades têm que atualizá-los com determinação e aproveitar o seu término para avaliar e aperfeiçoar cláusulas, e até considerar a liberalização do mercado (?), permitir a concorrência liberal e garantir o fornecimento de serviços públicos estáveis e de boa qualidade", rematou.
 
DM - Lusa
 

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