sexta-feira, 1 de novembro de 2013

HACKERS ATACAM SITE DO JORNAL DE ANGOLA

 

ATAQUE À LIBERDADE
 
Jornal de Angola, editorial
 
O site do Jornal de Angola na Internet sofreu um ataque fortíssimo de “hackers” durante as duas últimas madrugadas. Não conseguiram o seu intento mas acabaram por causar danos nos serviços da empresa portuguesa que é nossa parceira nas edições multimédia. Esta acção combinada internacionalmente vem na sequência de muitos outros ataques que diariamente sofremos por parte de políticos e jornalistas em Portugal e Angola. Esta extensão da coligação que destila ódio contra a liberdade de imprensa no nosso país mostra que os inimigos de sempre estão dispostos a tudo para fazer vingar as suas posições políticas e ideológicas.

O Jornal de Angola é hoje um modelo no panorama da Imprensa Mundial. Nestas páginas a opinião é absolutamente livre. Somos dos poucos grandes jornais no mundo completamente independentes do poder político e económico. Essa independência magoa e causa inveja a todos os que exercem o jornalismo pela trela do poder económico ou de maiorias políticas conjunturais. Imaginamos como sofrem aqueles que servem um e depois se colocam às ordens de outro, que conseguiu mais um punhado de votos.

Quem pede licença aos detentores do poder económico para escrever, falar ou pensar, merece compaixão e misericórdia. O cúmulo da baixeza moral é um jornalista produzir mensagens informativas de encomenda ou como moeda de troca para fugir à sopa dos pobres. O Jornal de Angola é um espaço de liberdade ancorado numa maioria qualificada de votos expressos nas últimas eleições. Somos uma instituição pública que serve com profissionalismo, zelo e dedicação os seus leitores. Foi esse contrato de honra que fizemos com o accionista Estado. E apenas esse.

A linha editorial do Jornal de Angola é definida pela Direcção e pelos seus jornalistas. A agenda é criada na Redacção Central e nas Redacções Provinciais. Há forças políticas e económicas que querem impor-nos o pensamento único que domina os Media. Mas todas as tentativas foram votadas ao fracasso. Aqui prevalece o primado da notícia e o único interesse atendível é o dos nossos leitores e anunciantes. Esta independência devia congregar à nossa volta boas vontades e o reconhecimento dos democratas de todas as latitudes. Mas o mundo moderno está viciado na censura das grandes auto-estradas da comunicação, no Big Brother, no ruído fabricado em quantidades industriais em forma de notícia, para nesses autênticos rochedos se despedaçar a informação que conta.

Para os controladores do pensamento único, o Jornal de Angola tem que se conformar a este mundo concentracionário, que balança entre Kafka e Orwell, mas nós recusamos isso. Somos um espaço de liberdade e não podemos aceitar as formas modernas de censura, que têm tanto de ardiloso como de criminoso. Não temos patrões nem mandantes. A nossa linha editorial é sufragada pela maioria dos angolanos que nos pedem para aumentarmos as tiragens. E esses, seguramente que rejeitam o bombardeamento informativo que não permite distinguir a notícia do lixo mediático. Querem um jornal livre, independente e orgulhosamente patriótico, sem mãos autorizadas que libertam para os consumidores apenas a informação que interessa aos senhores que controlam o mundo mediático.

O ataque que sofremos ontem e anteontem é um atentado gravíssimo à liberdade de imprensa. Resistimos. Vamos continuar a resistir, em nome do Jornalismo Angolano, que temos a obrigação de honrar.

Num momento em que uma coligação agressiva que faz ninho em Lisboa mostra cada vez mais abertamente o que quer de Angola, e agora até ataca a liberdade de opinião, temos o dever de viver entre as fronteiras da honra e da dignidade, sem qualquer hesitação.

Em Portugal este jornal e os seus jornalistas são diariamente atacados sem direito ao contraditório nem à defesa e, como se vê, há utilidade em amplificar isso. Em Angola esses dislates são repetidos. Mas o ataque que sofreu o Jornal de Angola importante para clarificar quem defende a democracia. Se há entre nós e no mundo activistas dos direitos humanos, observatórios, organizações que defendem as liberdades, ficamos à espera que se juntem a nós num protesto indignado contra os que nos quiseram silenciar e adulterar a nossa mensagem de verdade e transparência.

Não é por acaso que figuras da extrema-esquerda e da direita mais retrógrada em Portugal estão a lançar ataques violentos contra o nosso jornal. Ataques que são cruzados com ameaças e insultos grosseiros. Os da direita levaram uma lição com a Independência de Angola e agora com o rumo da paz. Os da extrema-esquerda estão tão desorientados que desperdiçam a oportunidade de conhecer Angola, ver o nosso país sem palas, falar com os angolanos de todas as cidades vilas e aldeias. Tiveram medo de ver como a liberdade está a viver aqui. Ainda bem. Assim, a comitiva da presidente da Assembleia da República Portuguesa, Assunção Esteves, vem mais construtiva.

*Título PG
 

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