O Governo israelita
aprovou, este domingo, uma série de medidas destinadas a expulsar os milhares
de imigrantes africanos que vivem e entram no país, considerados uma ameaça ao
"caráter judaico" do Estado.
Segundo um
comunicado oficial, as medidas em causa preveem sanções contra os empregadores
desses imigrantes e incentivos financeiros ao seu regresso às origens,
aumentados para 2500 euros por indivíduo.
Está ainda prevista
a criação de um centro de detenção "fechado" para os imigrantes que
entrem clandestinamente em Israel e para os que, já aí se encontrando, forem
apanhados a "perturbar a ordem pública".
De acordo com o
plano, as unidades responsáveis por controlar os fluxos migratórios serão
reforçadas com 550 novos agentes.
Estas diretrizes
destinam-se "a encorajar os imigrantes a regressarem aos seus países de
origem, a aumentar a segurança dos habitantes de Israel e a reduzir a presença
de imigrantes nos centros das cidades", justifica o Governo israelita.
No comunicado, o
primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, garante estar "determinado" a
"reduzir a zero" o recurso a trabalhadores ilegais e a expulsar as
"dezenas de milhares de migrantes clandestinos" já instalados nas
cidades israelitas.
"Estas
medidas, aprovadas por unanimidade, são proporcionais e necessárias para manter
o caráter judaico e democrático do Estado", defendeu.
Simultaneamente, o
Ministério da Administração Interna está a preparar um projeto de lei que
autoriza a detenção de imigrantes em situação irregular durante um ano, sem
julgamento.
Este documento, que
deverá ser apresentado ao Parlamento na segunda-feira, acontece depois de o
Supremo Tribunal ter anulado, em setembro, a lei anterior, adotada em 2012, que
permitia uma detenção sem julgamento durante três anos.
Medidas repressivas
deste tipo não são novas. Já em 2012, estimando existirem 60 mil imigrantes
africanos em situação irregular em Israel, as autoridades procederam à
expulsão, até final desse ano, de quase quatro mil pessoas, para além da
construção de uma barreira ao longo da fronteira com o Egipto.
A construção de uma
linha de segurança ao longo da fronteira sul do país está praticamente
concluída.
Segundo as
organizações de defesa dos direitos humanos, a maioria dos imigrantes africanos
em Israel, oriundos sobretudo de Sudão e Eritreia, correm risco de vida se
regressarem aos seus países de origem.
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