Banguecoque, 27 nov
(Lusa) -- A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, manifestou-se
hoje disponível a dialogar com os milhares de manifestantes que ocupam as ruas
de Banguecoque e alguns edifícios ministeriais.
"Temos de nos
sentar e falar. As exigências dos manifestantes devem ser atendidas através do
diálogo. Estamos dispostos a cooperar em qualquer situação que seja benéfica
para a maioria", declarou Yingluck aos jornalistas antes de entrar no
parlamento para o segundo dia em que é debatida a moção de censura contra o
Governo liderado por si.
Os líderes das
manifestações sustentam que os protestos são seguidos por cerca de um milhão de
pessoas, número que as forças de segurança colocam bem mais abaixo com uma
estimativa de 100.000 pessoas.
Apesar da
disponibilidade política em ouvir as reivindicações dos manifestantes, Yingluck
garante, por outro lado, que vai aplicar a Lei de Segurança Interna que permite
limitar os direitos e liberdades civis como o da reunião pública, para proteger
os edifícios dos Ministérios e outras propriedades do Estado, mas não para
atacar os manifestantes.
A mobilização
antigovernamental procura hoje paralisar mais Ministérios como o das Finanças
que se converteu no posto de comando dos protestos e grupos de manifestantes
visam agora os edifícios das pastas do Trabalho e Desenvolvimento Social,
Industria, Informação e Comunicação Tecnológica e Saúde e Comércio.
Os atuais
protestos, liderados pelo antigo vice-primeiro-ministro Suthep Thaugsuban, do
Partido Democrata são as maiores manifestações de ruas desde 2010 quando o
Partido Democrata estava no poder e os "camisas vermelhas",
seguidores do antigo primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, irmão da atual chefe
do Governo, ocuparam o centro financeiro de Banguecoque durante mais de dois
meses.
Na altura Suthep
Thaugsuban apelava aos manifestantes para respeitarem a propriedade privada e
os edifícios do Estado que agora ocupa.
Nas manifestações
de 2010, que terminaram com uma intervenção policial, morreram 92 pessoas,
outras 1.800 ficaram feridas e foram registados elevados prejuízos económicos.
JCS // JCS - Lusa
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