Após ter despertado
as mais variadas reacções, contra e a favor, relativamente ao discurso que
protagonizou na Aula Magna e no qual, por diversas vezes, advertiu para uma
vaga iminente de violência no País, o antigo Presidente da República, Mário
Soares, justifica esta terça-feira, no artigo de opinião que assina
semanalmente no Diário de Notícias, que se falou “em violência foi para
prevenir as pessoas e a evitar”, respondendo directamente a Paulo Portas a quem
chama de "infeliz" e "artista".
As palavras do
ex-chefe de Estado, Mário Soares, no que ao despertar de uma onda de violência
no País diz respeito, geraram acesa controvérsia. Houve quem o acusasse,
inclusive, de incitar a esse tipo de comportamentos. O vice-primeiro-ministro,
Paulo Portas, foi uma das figuras que se insurgiu contra a postura assumida
pelo histórico socialista.
Ora, no artigo de
opinião que assina hoje no Diário de Notícias, Soares sustenta a sua posição e
garante: “Se falei em violência foi para prevenir as pessoas e a evitar”.
E prossegue: “Ao
contrário do que alguns especuladores da comunicação social, ao serviço do
Governo, têm vindo a dizer, eu odeio a violência”, salientando ter sido sempre
“pacifista e contrário à violência”.
“Mas quem não sente
o que se tem passado? Quem não percebe que paira em Portugal um profundíssimo
descontentamento contra o actual Governo e contra o próprio Presidente da
República”, questiona, todavia, o ex-chefe de Estado.
Soares sublinha que
desta vez não discursou de improviso, recorrendo antes à leitura de um texto
previamente escrito, “porque sabia que ao falar de violência os comentadores ao
serviço do poder iam necessariamente especular”, reitera e fornece o exemplo do
“sempre infeliz vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, que muda de ideias como
de camisas, e que todos sabemos o que tem feito e refeito. Um artista…”.
Por fim, mais uma
vez o antigo Presidente da República volta à carga e lança o repto a Cavaco
Silva para que demita o “seu” Executivo “por muito que lhe custe”.
“Senhor Presidente,
creia que não tem outra saída: demita este Governo. Não diga que o Governo é
legítimo, porque não é. Tem sido e será a desgraça dos portugueses”, apela
Soares.
Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário