A Renamo, principal
partido da oposição em Moçambique, assumiu hoje, em declarações do seu
porta-voz à Lusa, que foi "oficialmente contactada, e pela primeira
vez" para um encontro com o seu líder, Afonso Dhlakama, pelo Presidente
moçambicano, Armando Guebuza.
"Recebemos um
ofício na tarde de sexta-feira e consideramos que, por isso, pela primeira vez,
existiu um contacto oficial do Presidente da República para se encontrar com o
nosso líder", disse Fenando Mazanga.
"Agora, vamos
procurar saber o que o presidente Afonso Dhlakama pensa sobre este convite para
um encontro", acrescentou Mazanga, alertando para a
"dificuldade" desta diligência.
"Mas,
primeiro, temos que saber onde é que ele está, nem nós sabemos onde se encontra
o nosso líder", disse.
Há três semanas, a
21 de outubro, uma operação do exército moçambicano desalojou Dhlakama da base
de Sadjundjira, na Gorongosa, centro de Moçambique, onde o líder da Resistência
Nacional Moçambicana (Renamo) residia há cerca de um ano.
Desde então, é
desconhecido o seu paradeiro, tendo a Renamo, por diversas vezes, denunciado
que o seu líder está a ser perseguido pelo exército moçambicano.
O Presidente da
República propôs, anteriormente, uma reunião com o seu adversário político para
o passado dia 08 de novembro, em Maputo, proposta que foi descartada pela
Renamo "por falta de condições de segurança".
O Governo e a
Renamo têm mantido reuniões periódicas semanais, embora totalmente
inconclusivas, as quais foram, agora, adiadas pela delegação governamental para
dia 25 de novembro, devido às eleições municipais de 20 de novembro.
"Eles preferem
andar em campanha eleitoral, em vez de tratarem de questões de grande urgência nacional",
queixou-se Fernando Mazanga.
A Renamo não vai
participar nas eleições municipais, por discordar da composição dos órgãos
eleitorais, entre outras críticas ao que considera a ""crescente
partidarização do Estado pela Frelimo", o partido no poder.
RTP – Lusa, foto em
cache Lusa
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