terça-feira, 5 de novembro de 2013

Timor-Leste chama encarregados de Negócios da Austrália e EUA por causa de espionagem

 


"Queremos reiterar que condenamos qualquer atividade ilegal e utilização indevida das sedes diplomáticas para fazer espionagem a quem quer que seja", afirmou José Luís Guterres
 
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, José Luís Guterres, disse hoje que vai chamar os encarregados de negócios das embaixadas da Austrália e dos Estados Unidos para pedir explicações sobre espionagem no sudeste asiático.
 
"Nós, em função dos dados que temos, resolvemos chamar os encarregados de negócios das embaixadas dos Estados Unidos e da Austrália para pedirmos explicações sobre o que se passou", disse à agência Lusa o chefe da diplomacia timorense.
 
José Luís Guterres falava à Lusa antes de viajar para a Indonésia para participar no Fórum da Democracia em Bali, que vai contar também com a presença do primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, que se desloca quarta-feira para aquela ilha indonésia.
 
"Queremos reiterar que condenamos qualquer atividade ilegal e utilização indevida das sedes diplomáticas para fazer espionagem a quem quer que seja", afirmou José Luís Guterres.
 
A decisão do governo timorense foi tomada na sequência de um encontro realizado entre vários ministérios e os encarregados de negócios devem ser chamados nos próximos dias, acrescentou o chefe da diplomacia timorense.
 
No passado dia 30, um especialista australiano em informações afirmou, durante uma entrevista ao canal ABC, que a Austrália espiou em vários países da Ásia Pacífico para depois partilhar a informação obtida com os Estados Unidos.
 
A Austrália integra há décadas o acordo secreto dos "Five Eyes" (Cinco Olhos), ao qual pertencem os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e a Nova Zelândia para partilharem informação e evitar a espionagem entre eles.
 
"Nós temos uma experiência negativa com a própria Austrália. De maneira que esperamos que os Estados Unidos e a Austrália nunca mais usem meios ilegais para obter informação sobre os países", disse José Luís Guterres.
 
Timor-Leste acusou este ano formalmente as autoridades australianas de espionagem relacionada com o acesso a informações confidenciais sobre petróleo e gás no mar de Timor.
 
Jornal i - Lusa
 

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