"Queremos
reiterar que condenamos qualquer atividade ilegal e utilização indevida das
sedes diplomáticas para fazer espionagem a quem quer que seja", afirmou
José Luís Guterres
O ministro dos
Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, José Luís Guterres, disse hoje que vai
chamar os encarregados de negócios das embaixadas da Austrália e dos Estados
Unidos para pedir explicações sobre espionagem no sudeste asiático.
"Nós, em
função dos dados que temos, resolvemos chamar os encarregados de negócios das
embaixadas dos Estados Unidos e da Austrália para pedirmos explicações sobre o
que se passou", disse à agência Lusa o chefe da diplomacia timorense.
José Luís Guterres
falava à Lusa antes de viajar para a Indonésia para participar no Fórum da
Democracia em Bali, que vai contar também com a presença do primeiro-ministro
timorense, Xanana Gusmão, que se desloca quarta-feira para aquela ilha
indonésia.
"Queremos
reiterar que condenamos qualquer atividade ilegal e utilização indevida das
sedes diplomáticas para fazer espionagem a quem quer que seja", afirmou
José Luís Guterres.
A decisão do
governo timorense foi tomada na sequência de um encontro realizado entre vários
ministérios e os encarregados de negócios devem ser chamados nos próximos dias,
acrescentou o chefe da diplomacia timorense.
No passado dia 30,
um especialista australiano em informações afirmou, durante uma entrevista ao
canal ABC, que a Austrália espiou em vários países da Ásia Pacífico para depois
partilhar a informação obtida com os Estados Unidos.
A Austrália integra
há décadas o acordo secreto dos "Five Eyes" (Cinco Olhos), ao qual
pertencem os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e a Nova Zelândia para
partilharem informação e evitar a espionagem entre eles.
"Nós temos uma
experiência negativa com a própria Austrália. De maneira que esperamos que os
Estados Unidos e a Austrália nunca mais usem meios ilegais para obter
informação sobre os países", disse José Luís Guterres.
Timor-Leste acusou
este ano formalmente as autoridades australianas de espionagem relacionada com
o acesso a informações confidenciais sobre petróleo e gás no mar de Timor.
Jornal i - Lusa
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