A persistente chuva
miudinha que cai no estádio FNB, na capital da África do Sul, não arrefece o
entusiasmo dos muitos milhares de pessoas que esperam o início da homenagem
mundial ao antigo Presidente Nelson Mandela.
Às 09h00 de Lisboa
(11h00 em Joanesburgo), o estádio ainda não estava cheio, mas o ambiente era o
dos grandes concertos, com o 'speaker' a aquecer a multidão com históricas
canções do tempo da luta contra o 'apartheid' e também cânticos religiosos.
Nos corredores
internos do estádio, grupos de jovens do ANC, o partido de Mandela, e dos
sindicatos cantavam e dançava, num ritmo contagiante que emocionava muitos dos
presentes.
Durante dez
minutos, nos corredores do estádio, ressoou compassada a letra da canção zulu
"Mama", cantada a centenas de vozes: "Mãe tem cuidado, que a
polícia está lá fora".
Miriam Dlamini, uma
veterana da luta levou os dois filhos para a homenagem mundial a Mandela.
"Quero que
eles saibam o que este homem significou para o nosso povo. Hoje é um dia de
festa", disse à agência Lusa.
"Ele morreu,
mas a sua presença continua, não o vamos esquecer", acrescentou.
Com o aproximar do
início do memorial a Mandela, às 11:00 locais, começavam a chegar celebridades,
como a actriz sul-africana Charlize Theron e o cantor irlandês Bono, saudados
pela multidão.
Milhares de pessoas
já se encontravam no estádio em Joanesburgo para a homenagem fúnebre ao antigo
Presidente Nelson Mandela, em ambiente de celebração.
Grupos de jovens
cantavam e dançavam, outros tocavam vuvuzelas e a aparelhagem do estádio emitia
música, num claro clima de festa em homenagens ao homem que libertou a África
do Sul do regime de "apartheid".
A bancada de
imprensa estava repleta de centenas de jornalistas, de entre os mais de dois
mil repórteres acreditados para as cerimónias.
Na sessão de
homenagem que agora se inicia vão estar muitos líderes mundiais, como o
secretário-geral da ONU, Nan ki-Moon, e os presidentes norte-americano,
brasileira e cubano, entre mais de 50 chefes de Estado e de Governo que se
encontram em Joanesburgo.
O Presidente
português, Aníbal Cavaco Silva, está prestes a chegar a Joanesburgo.
Hoje, as primeiras
delegações estrangeiras começaram a chegar a Joanesburgo, enquanto as
autoridades ultimam os preparativos logísticos e de segurança, com dezenas de
milhares de polícias e 11.000 soldados mobilizados para locais estratégicos.
A África do Sul
pretende oferecer ao seu símbolo máximo, falecido na noite da passada
quinta-feira, aos 95 anos, funerais à medida da sua estatura. Além do estádio
Soccer City, três outros estádios de Joanesburgo vão ser abertos à população
para a transmissão da cerimónia num ecrã gigante, estando ainda previstos 150
locais de transmissão dispersos por todo o território do imenso país da África
austral.
Na tarde de hoje, o
parlamento sul-africano reuniu-se em sessão extraordinária na cidade do Cabo
para homenagear o homem que negociou o fim do regime segregacionista com a
liderança branca e evitou uma guerra civil.
Entre os convidados
presentes na cerimónia, o mundo lusófono estará representado pelo Presidente da
República, Aníbal Cavaco Silva, pela Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, pelo
vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, e pelo chefe de Estado moçambicano,
Armando Guebuza.
Cabo Verde será
representado pelo Presidente, Jorge Carlos Fonseca, à semelhança de São Tomé e
Príncipe, com a presença de Manuel Pinto da Costa.
O primeiro-ministro
de Timor-Leste, Xanana Gusmão, também já confirmou a deslocação a Joanesburgo,
enquanto as autoridades da Guiné-Bissau ainda não confirmaram o envio de um
responsável oficial
Lusa, em Notícias
ao Minuto – com foto
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