Gisele Brito, da Rede Brasil Atual
Movimentos sociais
declararam repúdio à iniciativa do comando da Polícia Militar do Estado de São
Paulo de criar um efetivo para atuar em manifestações de rua. O coronel
Benedito Roberto Meira, comandante da instituição, afirmou durante evento
organizado ontem (28) pelo jornal O Estado de S. Paulo que o efetivo terá 120
homens jovens, com mais de 1,80 metro e treinados em artes marciais. O grupo
irá reforçar as forças de repressão que atuam em manifestações na cidade.
Atualmente,
policiais montados em cavalos, pilotando motocicletas, da Tropa de Choque e da
Força Tática são destacados para os protestos, além do efetivo de
patrulhamento.
Segundo assessoria
de comunicação da PM, o efetivo não tem data para começar a atuar. O
treinamento nas técnicas de luta é comum a todos os soldados, sargentos e
oficiais e amplia as alternativas disponíveis ao profissional de segurança
pública, de acordo com a assessoria. Mas, para ativistas, as características da
capacitação representam a disposição do Estado de agir com violência.
“A própria seleção
já indica isso. E essa não é uma resposta que esperamos. É uma resposta
militar”, afirma o advogado do grupo Advogados Ativistas, André Zanardo. “Quem
selecionava gente com mais de 1,80 metro era Hitler para a SS. Agora vemos o
governador Geraldo Alckmin fazer o mesmo contra a população”, compara.
“É um governo sem
compromisso com o povo. Com isso, eu não tenho sombra de dúvida que nós temos
que nos preparar para o enfrentamento”, acredita o coordenador da Central de
Movimentos Populares, Luiz Gonzaga, o Gegê. “Ano que vem terá muita pancadaria.
Isso se não matarem alguém. Porque a tática deles é amedrontar o povo. Mas isso
não resolve. O que resolve são políticas sociais”, defende.
Para Mariana Félix,
integrante do Movimento Passe Livre, responsável pela organização das
manifestações do começo de junho, quando se intensificaram os atos de rua em
todo o país, a resposta do governo do estado foi um conjunto de ações para
reprimir a articulação da população. Nesse sentido foi aprovada ontem a criação
de uma comissão especial mista no Congresso para regulamentar dispositivos
constitucionais ainda pendentes de um projeto de lei que tipifica e penaliza
atos de terrorismo no Brasil e para proibir máscaras em manifestações. “Não
entendemos o porquê de os governos direcionarem tanto dinheiro para reprimir e
não para atender às demandas sociais”, diz.
Foto: Midia Ninja
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1 comentário:
É importante questionar o quanto o consenso sobre a necessidade de qualificação maximiza as possibilidades por conta das condições inegavelmente apropriadas.
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