Sydney, 27 dez
(Lusa) -- A embaixadora do Zimbabué na Austrália desertou e pediu asilo
político, afirmando recear pela sua segurança caso regresse ao seu país quando
a sua colocação terminar, na próxima semana, foi hoje noticiado.
Jacqueline Zwambila
criticou o regime "ilegítimo" do Presidente do seu país, Robert
Mugabe, afirmando que saiu da residência oficial a quatro dias de deixar o
cargo, mas não tem qualquer intenção de utilizar o seu bilhete de avião em
classe executiva para regressar a casa, noticiou o jornal Canberra Times.
"Eu não me
sinto segura em regressar ao Zimbabué, de todo", afirmou Zwambila, que
está alinhada com o Movimento pela Mudança Democrática (MDC, na sigla em
inglês), da oposição.
"Desde que as
eleições de 31 de julho foram tomadas pelo atual governo -- que é ilegítimo --
eu sabia que este era o fim da linha. Fim da linha para o povo do Zimbabué... e
para pessoas como eu, que foram indicadas pelo ex-primeiro ministro Morgan
Tsvangirai", disse a embaixadora, num vídeo divulgado na página online do
jornal.
O líder da oposição
no Zimbabué, Tsvangirai, partilhou o poder com Mugabe até às eleições,
controlando o ministério das Finanças depois de ter formado um governo de
união, em 2009, após uma violenta disputa eleitoral.
O acordo de
partilha de poder terminou quando o Presidente veterano ganhou as eleições de
31 de julho com 61 por cento dos votos, contra os 34 por cento do seu rival,
numa votação questionada por observadores internacionais.
"Fizeram-me
tantas coisas desde que estou na Austrália, as campanhas sujas e ameaças... Não
há qualquer hipótese de me sentir segura estando no Zimbabué ou regressando ao
Zimbabué", disse Zwambila, cuja missão termina na terça-feira.
"O meu
objetivo principal como embaixadora era reatar com o governo australiano após
dez anos de hostilidade entre os governos" dos dois países, referiu.
JH // JMR - Lusa
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