País precisa
declarar falência, retornar ao dracma, mandar o atual governo de coalizão para
casa e eleger patriotas ortodoxos
John N.
Kallianiotis (*) | Scranton (EUA) – Opera Mundi
A Grécia deve
deixar a zona do euro? SIM
Quando falamos da
Grécia, vem à cabeça uma grande nação com sua cultura única (“paideia”), seus 7
mil anos de contribuições para o mundo, sua marcha histórica, sua persistência
em difundir o cristianismo durante o período bizantino, e seu papel seleto para
o futuro de toda a humanidade. Essa civilização superior é baseada na revelação
e na filosofia moral da Grécia antiga.
Mas, nos últimos
dias, o primeiro-ministro grego Antonis Samaras esteve em Berlim implorando
pela próxima parcela do empréstimo a ser concedida ao país.
Em 1974, com a
invasão turca da ilha grega de Chipre, alguns políticos gregos que viviam no
exterior foram impostos como governadores do país. Eles eram contra a cultura,
a religião, a tradição, a língua, a história e o sistema de valores grego.
Um desses políticos
“anti-Grécia”, Andreas Papandreou, que estava pregando “fora OTAN” e “fora
União Europeia”, assinou, em 1981, a adesão da Grécia à União Europeia. Em
2001, outro político peculiar e estranho à civilização grega, Kostas Simites,
colocou a Grécia na União Econômica e Monetária, a zona do euro, sem um
plebiscito e sem que o país preenchesse qualquer dos critérios de Maastricht.
O supervalorizado
euro foi o golpe fatal para a economia dessa nação economicamente rica e social
e espiritualmente independente. Todos esses governos, nos últimos 39 anos,
foram muito corruptos, endividaram o país e se apropriaram do território e da
riqueza nacionais. Além disso, estão privatizando (vendendo) as empresas
estatais e estiveram colocando seus parentes e amigos em cargos oficiais, o que
criou um enorme e ineficiente setor público e fez da sonegação e da evasão
fiscal uma ciência.
Em 2007, a crise
financeira global que se iniciou nos Estados Unidos afetou a maior parte da
artificial e vulnerável zona do euro e, é claro, a Grécia, por sua integração
forçada a esta união homogênea antidemocrática e sem coesão.
Em 2010, os títulos
do governo grego não eram aceitos pelo mercado e sua taxa de juros atingiu 34%.
O país, sob o governo de Georgios Papandreou, recebeu € 110 bilhões (US$ 161
bilhões) em empréstimos de austeridade impostos pela Troika (Eurogrupo, Banco Central
Europeu e FMI), de forma parcelada, para que pudesse pagar a dívida anterior e
o enorme custo dos juros dela consequentes.
Em março de 2012,
um novo empréstimo de resgate de € 173 bilhões (US$ 220 bilhões), caracterizado
por um memorando condicional e destrutivo, estabeleceu impostos bem altos,
cortes de salários e aposentadorias, demissões de funcionários públicos,
privatização de empresas estatais, além de forçar a venda de indústrias
militares, as execuções hipotecárias de lares, a falta de moradia, os suicídios
e a destruição de uma nação inteira (pela perda da soberania).
O remédio para a
segurança, proteção e existência de uma nação é único: interromper os
pagamentos de qualquer dívida, pois a prioridade é o bem-estar dos cidadãos. O
país deve declarar falência e devolver a Troika para suas instituições, porque
sua receita de austeridade é contrária ao crescimento e é desumana. A nação
precisa sair da zona do euro e voltar ao dracma histórico.
A Grécia deve
deixar a União Europeia e usar seus recursos próprios, que são muitos
(naturais, humanos e outros) para melhorar a economia e gerar crescimento, após
seis anos de recessão imposta e uma média geral de desemprego de 30% - índice
que chega a 60% entre os jovens. Os gregos têm de mandar os políticos do atual
governo de coalizão, que causaram a crise, para suas casas e para férias no
exterior, e eleger patriotas ortodoxos gregos para governar a nação.
(*) John N.
Kallianiotis é professor de finanças na Escola Arthur J. Kania de Negócios da
Universidade de Scranton, Estados Unidos.
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A questão começou na Grécia, mas não pode terminar com ela
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