domingo, 1 de dezembro de 2013

Grécia: UMA NAÇÃO HISTÓRICA EM CRISE

 


País precisa declarar falência, retornar ao dracma, mandar o atual governo de coalizão para casa e eleger patriotas ortodoxos
 
John N. Kallianiotis (*) | Scranton (EUA) – Opera Mundi
 
A Grécia deve deixar a zona do euro? SIM
 
Quando falamos da Grécia, vem à cabeça uma grande nação com sua cultura única (“paideia”), seus 7 mil anos de contribuições para o mundo, sua marcha histórica, sua persistência em difundir o cristianismo durante o período bizantino, e seu papel seleto para o futuro de toda a humanidade. Essa civilização superior é baseada na revelação e na filosofia moral da Grécia antiga.
 
Mas, nos últimos dias, o primeiro-ministro grego Antonis Samaras esteve em Berlim implorando pela próxima parcela do empréstimo a ser concedida ao país.
 
Em 1974, com a invasão turca da ilha grega de Chipre, alguns políticos gregos que viviam no exterior foram impostos como governadores do país. Eles eram contra a cultura, a religião, a tradição, a língua, a história e o sistema de valores grego.
 
Um desses políticos “anti-Grécia”, Andreas Papandreou, que estava pregando “fora OTAN” e “fora União Europeia”, assinou, em 1981, a adesão da Grécia à União Europeia. Em 2001, outro político peculiar e estranho à civilização grega, Kostas Simites, colocou a Grécia na União Econômica e Monetária, a zona do euro, sem um plebiscito e sem que o país preenchesse qualquer dos critérios de Maastricht.
 
O supervalorizado euro foi o golpe fatal para a economia dessa nação economicamente rica e social e espiritualmente independente. Todos esses governos, nos últimos 39 anos, foram muito corruptos, endividaram o país e se apropriaram do território e da riqueza nacionais. Além disso, estão privatizando (vendendo) as empresas estatais e estiveram colocando seus parentes e amigos em cargos oficiais, o que criou um enorme e ineficiente setor público e fez da sonegação e da evasão fiscal uma ciência.
 
Em 2007, a crise financeira global que se iniciou nos Estados Unidos afetou a maior parte da artificial e vulnerável zona do euro e, é claro, a Grécia, por sua integração forçada a esta união homogênea antidemocrática e sem coesão.
 
Em 2010, os títulos do governo grego não eram aceitos pelo mercado e sua taxa de juros atingiu 34%. O país, sob o governo de Georgios Papandreou, recebeu € 110 bilhões (US$ 161 bilhões) em empréstimos de austeridade impostos pela Troika (Eurogrupo, Banco Central Europeu e FMI), de forma parcelada, para que pudesse pagar a dívida anterior e o enorme custo dos juros dela consequentes.
 
Em março de 2012, um novo empréstimo de resgate de € 173 bilhões (US$ 220 bilhões), caracterizado por um memorando condicional e destrutivo, estabeleceu impostos bem altos, cortes de salários e aposentadorias, demissões de funcionários públicos, privatização de empresas estatais, além de forçar a venda de indústrias militares, as execuções hipotecárias de lares, a falta de moradia, os suicídios e a destruição de uma nação inteira (pela perda da soberania).
 
O remédio para a segurança, proteção e existência de uma nação é único: interromper os pagamentos de qualquer dívida, pois a prioridade é o bem-estar dos cidadãos. O país deve declarar falência e devolver a Troika para suas instituições, porque sua receita de austeridade é contrária ao crescimento e é desumana. A nação precisa sair da zona do euro e voltar ao dracma histórico.
 
A Grécia deve deixar a União Europeia e usar seus recursos próprios, que são muitos (naturais, humanos e outros) para melhorar a economia e gerar crescimento, após seis anos de recessão imposta e uma média geral de desemprego de 30% - índice que chega a 60% entre os jovens. Os gregos têm de mandar os políticos do atual governo de coalizão, que causaram a crise, para suas casas e para férias no exterior, e eleger patriotas ortodoxos gregos para governar a nação.
 
(*) John N. Kallianiotis é professor de finanças na Escola Arthur J. Kania de Negócios da Universidade de Scranton, Estados Unidos.
 
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