Não sei se alguma
vez
poderei levar os meus filhos,
e os filhos dos meus filhos,
aos recantos e esquinas
da minha cidade,
dando-lhes a respirar
o horizonte que cheira
e sabe a infinito.
poderei levar os meus filhos,
e os filhos dos meus filhos,
aos recantos e esquinas
da minha cidade,
dando-lhes a respirar
o horizonte que cheira
e sabe a infinito.
Sem palavras
explicaria tudo.
Explicaria porque,
nas madrugadas embevecidas
pelo silêncio da pequenez
respiro o choro
de uma dor crónica.
Um dia, com ou sem o pai
com ou sem o avô,
eles acabarão por conhecer
a minha (e deles) terra.
Explicaria porque,
nas madrugadas embevecidas
pelo silêncio da pequenez
respiro o choro
de uma dor crónica.
Um dia, com ou sem o pai
com ou sem o avô,
eles acabarão por conhecer
a minha (e deles) terra.
E nessa altura,
mesmo sem saberem
o sítio exacto onde deixei
o cordão umbilical,
vão respirar o silêncio,
beber o infinito
e dormir embalados
pela certeza de que o pai
tinha razão
quando chorava
de saudade.
mesmo sem saberem
o sítio exacto onde deixei
o cordão umbilical,
vão respirar o silêncio,
beber o infinito
e dormir embalados
pela certeza de que o pai
tinha razão
quando chorava
de saudade.
Terão, nessa
altura,
uma lágrima no canto do olho.
Uma lágrima que ao cair
na terra quente de Angola
fará nascer uma flor.
Uma flor sem nome,
uma daqueles flores
que só alguns vêem,
que só alguns sentem.
--uma lágrima no canto do olho.
Uma lágrima que ao cair
na terra quente de Angola
fará nascer uma flor.
Uma flor sem nome,
uma daqueles flores
que só alguns vêem,
que só alguns sentem.
Orlando Castro
Jornalista (CP 925)
A força da razão acima da razão da força
http://www.altohama.blogspot.com
http://www.artoliterama.blogspot.com
Sem comentários:
Enviar um comentário